A HISTÓRIA QUE SE REPETEA mamãe Fulana, carregando nos braços um bebê, entra no consultório médico e, diante do profissional, começa a se lamentar:
— Doutor, o senhor precisa me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e estou grávida de novo! Não quero outro filho em tão curto espaço de tempo. Eu preferiria dar um espaço maior entre um e outro.
O médico pergunta:
— Muito bem. E o que a senhora quer que eu faça?
A mulher, já esperançosa, responde:
— Desejo interromper esta gravidez e quero contar com sua ajuda profissional.
O médico fica em silêncio por alguns instantes e então diz à mulher:
— Acho que tenho uma melhor opção para solucionar o problema e é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorri, certa de que o médico tinha aceitado o seu pedido, quando o ouve dizer:
– Veja bem, minha senhora, para não ficar com dois bebês em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços e deixar o outro bebê nascer. Se o caso é matar, não há diferença para mim entre um e outro. Até porque sacrificar esse que a senhora tem nos braços é mais fácil, e a senhora não correrá nenhum risco.
A mulher se apavora:
— Não, doutor! Que horror! Matar uma criança é crime! É infanticídio!
O médico sorri e, depois de algumas considerações, convence a mãe de que não existe a menor diferença entre matar o bebê já nascido e o feto ainda por nascer, mas que já vive no ventre materno.
O crime é exatamente o mesmo e o pecado, diante de Deus, é exatamente o mesmo.
O ABORTO E A QUESTÃO LEGAL
No Brasil, o aborto é considerado como crime contra a vida humana pelo Código Penal Brasileiro, em vigor desde 1942, prevendo detenção de um a três anos para a gestante que o provocar ou consentir que outro o provoque, de um a quatro anos para quem provocá-lo em gestantes com o consentimento dela e de três a dez anos para quem o provocar em gestantes sem o consentimento dela.
O aborto, no Brasil, somente é permitido em caso de estupro, de risco de vida da mãe ou se o feto for anencefálico, conforme decisão do STF pela ADPF 54, votada em 2012.
Em 2004, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a obrigatoriedade do SUS (Sistema Único de Saúde) realizar o aborto nos termos da lei. No entanto, o médico pode se recusar a fazer o aborto, por razões de consciência. Na ocasião, o próprio Ministro da Saúde expressou sua opinião de que o aborto é semelhante a um assassinato.
A questão do aborto já tem sido analisada e discutida, entretanto o tema está de volta. As opiniões se dividem entre aqueles que o condenam veementemente e aqueles que são completamente favoráveis. Alguns, para amenizar o próprio significado da palavra “aborto” ou para sossegar sua própria consciência, o chamam de procedimento de antecipação terapêutica de parto. Tentam suavizar as palavras, mas o crime é o mesmo.
O ÓDIO DE SATANÁS PARA COM AS CRIANÇAS
Satanás tem um ódio cruel contra os bebês, desde o momento em que, disfarçado de serpente no Eden, ouviu do Eterno Deus as seguintes palavras: “Eu farei com que você e a mulher sejam inimigas uma da outra, e assim também serão inimigas a sua descendência e a descendência dela. Esta esmagará a sua cabeça, e você picará o calcanhar da descendência dela” (Gênesis 3.15-NTLH).
A primeira criança a nascer, Caim, foi alvo de uma ação intensa do diabo. O diabo o odiou. O apóstolo João se refere a Caim desta maneira: “Não sejamos como Caim, que pertencia ao maligno e matou o próprio irmão” (1 João 4.12).
Como explicar os milhares de abortos que acontecem diariamente? Mães matando seus próprios filhos. Médicos, enfermeiros sem escrúpulos e clínicas de aborto clandestinas matando os bebês. Quanto ódio às crianças!
Você se lembra do ódio de Faraó, ordenando que todos os meninos hebreus fossem jogados no Rio Nilo (Êxodo 1.22)? Também se lembra, por ocasião do nascimento de Jesus, do ódio que foi demonstrado por Herodes, mandando matar, em Belém e arredores, todos os meninos de menos de dois anos (Mateus 2.16)?
Quem inspirava Faraó e Herodes? O mesmo que hoje odeia todos quantos nascem da mulher. Ele foi muito bem descrito, como um ser que age sempre “cheio de todo o engano e de toda a malícia”, que é “inimigo de toda a justiça” e que não cessa “de perverter os retos caminhos do Senhor” (Atos 13.10).
A PERVERSÃO DO PECADO E A SOLUÇÃO DE DEUS
Embora a lei conceda amparo legal para o aborto no caso de estupro ou de risco para a mãe, é preciso olhar bem a realidade e verificar que a grande maioria dos abortos está sendo praticada por causa da dureza do coração e como consequência de viver uma vida pecaminosa e depravada.
A palavra é mesmo esta: depravação – ato ou efeito de depravar-se; perversão, corrupção. Degeneração mórbida. (Dicionário Aurélio). A sociedade está pervertida e corrompida. O estilo de vida permeado de imoralidade sexual e adultério tem se espalhado de forma avassaladora. É o ponto alto de um grande número de filmes e novelas, nos quais a facilidade com que as pessoas se juntam para a prática do sexo chega a ser uma abominação.
Infelizmente, essa licenciosidade está ao alcance de qualquer pessoa. Está na palma de suas mãos. Muitas pessoas se entregam aos vícios, à devassidão, à imoralidade, ao pecado, imaginando que está tudo bem, que a vida é assim mesmo, e é só isso. Então, se por acaso acontece uma gravidez indesejada a solução é: a b o r t o! Isto não pode ser admitido. Precisa ser combatido. Aborto é crime! Aborto é assassinato!
Também existem casais que consideram o aborto como um método contraceptivo opcional. Veja, por exemplo, a senhora da historinha do início deste texto. Para os casais que desejam, existem outros métodos contraceptivos que não são criminosos. Aborto é crime! Aborto é assassinato!
Alguém dirá: Condenar é fácil; o que se pode fazer?
Para aquelas mulheres que já se submeteram a um aborto intencional, este é o momento de se proclamar a preciosa mensagem do evangelho, centralizado na Pessoa e na Obra do Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ainda é tempo para pregar a mensagem da reconciliação: “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado (JESUS), ele (DEUS) o fez pecado por nós; para que, nEle (JESUS), fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.19-21).
Para as mulheres que talvez estão cogitando abortar, este é o momento de demonstrar amor, de ser amigo das que ainda não conhecem o amor de Deus e a salvação em Jesus, e de lutar para que os valores da vida sejam preservados. Mostre a elas que, na Bíblia, há um “diálogo” interessante; é um nascituro falando com Deus: “Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da minha mãe. Eu te louvo porque deves ser temido. Tudo o que fazes é maravilhoso, e eu sei disso muito bem. Tu viste quando os meus ossos estavam sendo feitos, quando eu estava sendo formado na barriga da minha mãe, crescendo ali em segredo, tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia” (Salmos 119.13-16-NTLH).
Para as crianças e jovens, este é o momento de ensinar que cada vida é valiosa, pois é dom de Deus, e que devemos sempre dizer “sim” à vida e “não” à morte e ao pecado.
ANTES QUE EU TE FORMASSE NO VENTRE, TE CONHECI
Em toda a Bíblia, é patente o valor das crianças, consideradas como herança de Deus (Gênesis 33.5; Salmos 113.9; 127.3; 128.3-6). Deus é quem permite que aconteça a concepção (Gênesis 29.33; 30.22; 1 Samuel 1.19, 20; Lucas 1.24, 25).
A passagem bíblica em Jeremias 1.4, 5 revela uma realidade maravilhosa: “Ora, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta”. Aquela vida que começa a ser formada no ventre materno está totalmente dentro de uma perspectiva divina, é conhecida por Deus, com um propósito especial a executar, dentro da Sua perfeita sabedoria.
CONCLUSÃO
Numa época como a nossa, em que os valores do amor, da justiça, da paz, da bondade e do altruísmo, enfim, os valores éticos e morais são tão desprezados e até ridicularizados, é preciso aumentar o exército daqueles que investem na formação de uma nova geração, a fim de que estas crianças depositem a sua confiança no Senhor Jesus Cristo e sejam firmadas nos princípios da Bíblia, a Palavra de Deus, aprendendo desde pequeninos o valor da vida, para que se tornem adultos responsáveis, prontos a receber e a amar os filhos que Deus vier a lhes dar, nunca cogitando abortá-los.
Gilberto Celeti
SETE AIS CONTRA OS PERVERSOS (Isaías 5.8-30)
Um AI aos que ajuntam propriedades
E vivem só no luxo, com poder.
Que saibam que isto lhes será tirado;
Terão dificuldade pra comer.
Um AI aos que se entregam à bebida,
Buscando a carne só satisfazer.
Serão levados para a escravidão;
A fome e a sede vão prevalecer.
Não consideram os feitos do Senhor,
Nem olham para as obras de Suas mãos;
Lhes falta o entendimento, não têm honra
E são marcados pela ingratidão.
Um AI aos que arrastam a iniquidade
Como se puxa um boi com uma corrente;
Desprezam a Deus e até O desafiam,
Mostrando o seu pecado abertamente.
Um AI aos que invertem os valores,
Chamando ao mal de bem, e ao bem de mal;
Que fazem a escuridão ser sua luz
E a luz transformam em trevas, afinal.
Colocam o que é amargo como doce
E o doce, por amargo, consideram;
E nesta forma de pensar tropeçam,
E nos seus vis pecados degeneram.
Um AI aos que não dão valor à vida
E fazem do aborto uma bandeira,
Desprezam e rejeitam a família
E fazem do que é sério, brincadeira.
Um AI aos que, orgulhosos, se proclamam
Por sábios, por mentores, por prudentes;
Que olham ao próprio umbigo, se gabando,
Não veem que são tolos, realmente.
Um AI aos que estão sempre se exibindo
No sexo, na droga e na bebida;
Libertam o mau e o justo aprisionam,
Apenas por ganância desmedida.
A ira do Senhor se acenderá,
Sim, vai chegar o dia da justiça;
Os maus receberão condenação,
Será eliminada a injustiça.
No trono de juiz, o Deus Eterno,
O Deus, que em santidade é exaltado,
Que onisciente reina soberano,
Será por Sua justiça adorado!
E pra escapar dos AIS há só um meio:
O arrependimento dos pecados
E a confiança plena em Jesus Cristo,
O Salvador por Deus ressuscitado.
Gilberto Celeti
“Jesus respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).
“E não há salvação em nenhum outro, porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12).
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