quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

CONSTRUTORES DE MUROS - 13

 Já falamos que os construtores de muros, isto é, os pais e os cristãos que atuam como professores de crianças, devem conhecer as boas pedras que precisam ser colocadas no muro de proteção que estão erguendo: o poder sobrenatural de Deus, o poder da Palavra de Deus e o poder da graça de Deus.

Até aqui verificamos como as crianças estão crescendo em uma sociedade marcada pelo egoísmo e pelo hedonismo. Tratamos neste artigo sobre mais uma marca de nossa sociedade: o misticismo.


1. A INFLUÊNCIA DO MISTICISMO

A partir da última década do século XX e continuando até nossos dias, temos observado que, em todas as nações, as pessoas estão crendo, com extrema facilidade, em tudo o que se apresenta como misterioso e sobrenatural.

Há também uma tendência muito acentuada ao sincretismo, que nada mais é do que a fusão de diferentes elementos das mais variadas religiões. Inclusive, colocam novamente em evidência os antigos cultos do paganismo: dos povos bárbaros do norte da Europa, dos romanos, dos gregos e das religiões africanas, indígenas e orientais.

Este sincretismo é percebido na atitude das pessoas que buscam o que há de melhor em cada experiência religiosa, e vão juntando para formar algo que funcione, que dê certo, que promova uma determinada “experiência”.

Não há o mínimo interesse com a Verdade. Afirmam que a verdade é algo relativo. Para eles, o que importa é ter uma experiência agradável. E anunciam que alguém pode ter esta experiência agradável de diversas maneiras: visões esotéricas, êxtases fascinantes, maravilhas, sinais, meditações transcendentais, buscas mais profundas de espiritualidade, contatos com seres angelicais, contatos com seres extraterrestres, experiências paranormais, desenvolvimento intuitivo, percepções divinas, revelações especiais etc.

Neste contexto, vemos uma enxurrada de “influencers” atuando com mensagens recheadas de autoajuda com jeito de espiritualidade. Os serviços de Coaching e Mentoria estão atraindo seguidores de maneira espantosa.

O uso dos meios de comunicação disponíveis facilita um intercâmbio cada vez maior de práticas religiosas entre os povos. Por meio da televisão, do rádio, dos jornais, das revistas e da internet são divulgados os mais variados cultos e tradições religiosas de todas as partes do mundo. Além de divulgação, também há um esforço em promover o proselitismo. Muitos grupos estão lançando suas redes para conseguir o maior número de adeptos. Pelo desejo de crescer, e de não perder os seus próprios membros, alguns grupos lançam mão de práticas místicas. O que se observa, então, é que há multidões caindo no misticismo.

É muito comum hoje vermos líderes religiosos se apresentarem como aqueles que trazem a palavra diretamente de Deus; como aqueles que têm uma intimidade com Deus superior aos demais; como aqueles que têm a força da oração mais poderosa; como aqueles que podem identificar os que estão doentes e administrar a necessária cura; como aqueles que sabem lidar com os demônios. Apresentam-se como seres quase sobrenaturais, que podem ministrar a cura, o perdão, a prosperidade, a libertação etc. Esta auréola de misticismo impressiona e atrai as multidões. Este neo-esoterismo está presente de forma cada vez mais patente, em toda parte, de muitas maneiras: venda de produtos místicos, viagens a lugares religiosos e místicos, palestras espiritualistas, rituais coletivos, medicinas alternativas e outras.

2. O INTERESSE DO MISTICISMO PELAS CRIANÇAS

As crianças são envolvidas pelo ambiente do misticismo por meio dos desenhos animados, dos games, dos jogos, das músicas, da literatura e do folclore, quando estes apresentam temas ligados ao sobrenatural, tais como comunicação com os mortos, reencarnação e satanismo mesmo!

No início deste século, os esotéricos apresentaram o conceito de crianças índigo, por meio de literatura, filmes e até novelas. O nome “criança índigo” tem a ver, conforme a compreensão deles, com a cor da aura dessas crianças, que desde então estão nascendo.

Baseados na doutrina da reencarnação, estes místicos afirmam que essas crianças são seres que estão em uma esfera de evolução mais elevada e que estão reencarnando a fim de fazer mudanças para a melhoria da vida aqui na terra. São crianças superiores, fascinantes, fantásticas, fabulosas e que têm percepções de realidades tais como: ver anjos, prever acontecimentos e viver em um mundo paralelo em contato com fadas, duendes e bruxas.

É interessante notar a facilidade com que tantas pessoas aceitam e acreditam nestes discursos confusos, ilusórios e nocivos. Como alguém pode assimilar mensagens mirabolantes e ilusórias, virando as costas para a realidade e a verdade, deixando-se dominar por uma fantasia? Essa atitude nos leva a concordar com uma frase de G. K. Chesterton: “Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada, elas acreditam em qualquer coisa.”

Ao aceitarem essa teoria da criança índigo, os pais – que supõem ter uma ou mais dessas crianças em casa – acabam contemplando os filhos como uma espécie de “deuses”, a quem precisam considerar como seus instrutores. É uma completa loucura achar que:

  • os filhos é que devem ensinar os pais;
  • os filhos é que devem abençoar os pais;
  • os filhos são os portadores de uma sabedoria superior à qual os pais devem se submeter.

Trata-se de um insano delírio. “Criança índigo” é um conceito que deveria nos encher de indignação, como disse o salmista: “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmos 119.53).

3. A QUESTÃO DA CRIANÇA ÍNDIGO E AS ESCRITURAS

Aquele que crê que a Palavra de Deus é “lâmpada para os seus pés” e “luz para os seus caminhos” (Salmos 119.105) busca pautar sua vida pelo que Deus diz e não pela sabedoria humana. Vamos comparar com a Palavra de Deus algumas das ideias, acima expostas, a respeito de crianças índigo.

Em relação à aura humana, apesar da disponibilidade de detectores de alta sensibilidade para campos eletromagnéticos e radiação eletromagnética, propriedades comumente atribuídas à aura, não existe nenhum estudo que demonstre empiricamente a sua existência. Ninguém, até o momento, conseguiu demonstrar essa habilidade de detectar auras, apesar do enorme número de pessoas que dizem ser capazes de tal feito. Uma das características da aura, de acordo com os seguidores dessa ideia, seria sua luminosidade. Mas a Bíblia diz que o homem ímpio, sem Deus, está no escuro. Em Colossenses 1.13, 14 lemos sobre Deus Pai: “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o reino do Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos pecados”.

Em relação à reencarnação, que talvez seja uma das mais antigas ilusões religiosas, a verdade sobre o assunto está claramente estabelecida em uma preciosa passagem bíblica que afirma: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hebreus 9:27). A reencarnação, segundo os que nela acreditam, visa ao aperfeiçoamento ou evolução da pessoa. Mas a Bíblia afirma, em Efésios 2.8, 9, que o homem será salvo somente pela graça e não por obras. “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.

4. A MANEIRA CORRETA DE OLHAR AS CRIANÇAS

Diferentemente dos místicos, a Palavra de Deus afirma que os filhos são “herança do Senhor” e precisam ser criados para Deus e na dependência dEle. Este foco no valor das crianças é importante, especialmente numa época em que pais, em alguns contextos, estão “terceirizando” a educação de seus filhos e, em outros contextos, estão literalmente “abusando” de seus filhos, que são vítimas de maus tratos, espancamentos e toques com as mãos sujas da pedofilia.

Jesus, em certa ocasião, colocou uma criança no centro das atenções dos seus discípulos, mostrando-lhes a necessidade de aprenderem a lição da humildade. Mostrou também a importância da criança, que deve ser bem recebida, como se recebêssemos o próprio Jesus. A criança deve ser tratada com respeito e dignidade, sem colocarmos tropeços na sua caminhada; não deve ser desprezada e deve ser alvo de cuidados especiais, assim como um cordeiro é alvo do cuidado de um pastor, porque não é da vontade de Deus que nenhum pequenino se perca.

O que deve ser buscado, portanto, é um equilíbrio entre valorizar a criança, tal como o Senhor a valoriza, ao mesmo tempo em que reconhecemos a imaturidade da criança e a necessidade que ela tem de receber orientação. “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele” (Provérbios 22.6).

Além de orientação, a criança necessita de disciplina, porque “a tolice está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22.15). A negligência na correção demonstra falta de amor pela criança, pois “o que retém a vara odeia o seu filho; quem o ama, este o disciplina desde cedo” (Provérbios 13.24).

A criança não é reencarnação de alguém que já tenha vivido no passado. Cada criança é formada e tecida no útero de sua mãe, tendo seu corpo e alma formados, de modo assombrosamente maravilhoso, por Deus. Nenhuma criança vem de alguma estrela distante ou de uma suposta vida passada. Elas vêm diretamente do poder criador de Deus, que as conhece plenamente desde quando eram ainda uma substância informe, enquanto seus membros, veias e ossos iam sendo formados. Leia o Salmo 139, versos 13 a 17.

Olhar da perspectiva da Palavra de Deus nos ajuda a ter os pensamentos corretos a fim de criar, ensinar, disciplinar e guiar as nossas crianças. É especialmente importante reconhecer que cada uma delas nasce com uma natureza pecaminosa, herança que trazem de seus pais (Salmos 51.5). Só uma criança nasceu neste mundo sem esta natureza pecaminosa, Jesus, porque Ele não foi gerado no ventre de Maria por um homem, mas pelo Espírito Santo de Deus.

Visto que a criança é pecadora, ela necessita ser evangelizada, isto é, ela precisa saber que Jesus é o Filho de Deus que veio a este mundo para nos libertar do pecado, o que de fato Ele fez ao morrer na cruz como substituto do pecador que nEle confia. Esta mensagem, como diz o conhecido cântico, “é fácil de entender, tão clara como a luz: em meu lugar pra me salvar Jesus morreu na cruz”. É tão singela que “mesmo uma criança pode crer”. Jesus disse: “Em verdade, em verdade lhes digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (João 6.47).

Leve suas crianças, o mais cedo possível, a crer em Deus, colocando sua fé no Salvador Jesus, para que não sejam, como disse Chesterton, pessoas que venham no futuro a crer em “qualquer coisa”. Levar crianças à salvação em Cristo é o que garante a elas um abençoado futuro.

Nunca é demais repetir que é necessário, com urgência, ganhar para Jesus a geração que vem chegando. Lembremo-nos de que Deus mesmo foi quem ordenou aos pais que ensinassem aos seus filhos sobre o Seu poder e as Suas maravilhas, a fim de que a nova geração pudesse confiar no Senhor, sem jamais se esquecer de Suas obras e ser obediente à Sua Palavra. Pois, se não for assim, essa nova geração corre o risco de vir a se tornar uma geração rebelde e andar de maneira contrária à orientação do Senhor (conf. Salmos 78.4-8).

5. O PERIGO DA “MILAGREFOBIA”

Misticismo, neo-esoterismo, nova era, movimento holístico – são os nomes que marcam esta época. Há uma verdadeira sedução em todos os níveis da sociedade, como se toda a humanidade estivesse sendo preparada para uma só finalidade: participar de uma religião mundial, e adorar “o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou ó objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2.3-5).

Jamais devemos esquecer as palavras do próprio Senhor Jesus: “Então, se alguém disser a vocês: ‘Olhem! Aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali está ele!’, não acreditem. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. Eis que tenho predito isso a vocês” (Mateus 24.23-25).

Hoje, mais do que nunca, é necessário ter medo de milagres. O termo “milagrefobia” foi sugerido pelo Rev. Elben M. Lenz César, fundador da Editora Ultimato, em um artigo no qual registrou: “Quanto mais falsa é uma crença religiosa, mais milagres anuncia”. Por isso, ele afirmava ter medo de milagres.

A Palavra de Deus afirma, de maneira a não deixar nenhuma dúvida, que a manifestação desta pessoa, o iníquo, será “segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que estão perecendo, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos” (2 Tessalonicenses 2.9, 10).

O que fazer? Oremos, confiemos no Senhor e sejamos encontrados entre aqueles que amam a Verdade, a fim de que nossas vidas sirvam de exemplo para as crianças e que elas sejam protegidas do misticismo.

No próximo artigo mostraremos as pedras para proteção das crianças, em uma época de misticismo como a nossa. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

Livros para pais e professores – Lições para usar com as crianças
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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

CONSTRUTORES DE MUROS - 12

 Pais e educadores sábios se empenharão em levantar um muro bem construído para proteger a nova geração do hedonismo!


No artigo anterior, apontamos o hedonismo como uma das marcas bem nítidas de nossa época. O hedonismo desafia sobremaneira os cristãos, especialmente os pais e os educadores a ser fortes e aprender a “remar contra a maré”. Isso implica num estilo de vida, em que se praticam e se ensinam pelo menos três princípios, os quais, sendo observados e absorvidos pela nova geração, formarão uma verdadeira e poderosa muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo.

Naquele texto, destacamos uma pedra de proteção, que é o 1º Princípio na luta contra o hedonismo:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

Coloquemos agora mais uma pedra, queridos construtores e construtoras – o 2º Princípio nesta luta contra o hedonismo:

2) CRER E PREGAR O EVANGELHO DE DEUS

A realidade, inegável e universal, é que o homem, por causa do pecado, separou-se de Deus, virou as costas para o Seu Criador e seguiu seu próprio caminho, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; um caminho de independência e de desobediência. Esta atitude é uma gravíssima ofensa ao Deus Santo e leva o homem à morte eterna, pois “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23).

A mensagem do Evangelho é exatamente a boa nova de que Deus tomou a iniciativa para livrar o homem da perdição: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

O apóstolo João deixou um registro maravilhoso a respeito do Senhor Jesus Cristo quando afirmou: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.1-3). O Verbo de Deus é Jesus Cristo. E o apóstolo prossegue: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14).

Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio dos céus a este mundo dos homens para tirar o pecado. Ele pagou o preço, derramando o Seu sangue, e possibilitando a reconciliação do pecador com Deus. Isto nos é garantido tão somente por Sua morte na cruz e Sua retumbante ressurreição dentre os mortos.

“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15.1-4).

O Evangelho genuíno, quando anunciado no poder o Espírito Santo de Deus, leva o pecador a arrepender-se dos seus pecados, suplicar o perdão de Deus e confiar no sacrifício de Jesus Cristo realizado na cruz, crendo nEle e recebendo-O como seu Salvador. De posse, agora, de uma nova vida, esta pessoa, seja adulta ou criança – não importa a idade! – pode desfrutar de comunhão com Deus e recebe uma nova identidade: passa a ser filho de Deus, como fica evidente também no registro feito pelo apóstolo João: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.10-13).

Este Evangelho deve ser anunciado com fidelidade às crianças que, ao crerem em Jesus e O receberem como Salvador, tornam-se filhas de Deus. Muitas vezes, no trabalho que é desenvolvido com os pequeninos, a ênfase está nas brincadeiras, nos desenhos, nas experiências lúdicas, nos fantoches, nos painéis supercoloridos e nas festividades. É claro que estas coisas têm o seu lugar e podem ser utilizadas, mas sempre com equilíbrio e bom senso e nunca em detrimento da apresentação da Mensagem do Evangelho e do convite de Jesus: “Vinde a Mim”.

Trabalhemos com toda dedicação para conduzir as crianças à fé na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, e à confiança em Sua obra de salvação do pecado. Deixe claro para as crianças que elas podem falar com Jesus em oração, dizendo que reconhecem que pecaram, que acreditam que Jesus morreu em seu lugar e pedindo que Ele venha viver em suas vidas, para que recebam o perdão dos pecados e tenham suas vidas transformadas. Semeemos a semente do Evangelho, com a certeza e a esperança do fruto enquanto ainda as crianças são crianças, e não apenas como uma perspectiva de que num futuro poderão vir a crer.

Agora está na hora de acrescentarmos mais uma pedra fundamental neste muro de proteção – o 3º Princípio na luta contra o hedonismo:

3) VIVER PARA SEGUIR E SERVIR AO SENHOR

Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, salvá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Marcos 8.34-38).

Há uma grande multidão religiosa que se interessa pela palavra de Deus tão somente por causa das bênçãos que almeja alcançar. Muitas igrejas estão superlotadas, pois os cultos atraem cada vez mais as pessoas que desejam saúde, emprego, casamento, riquezas e felicidade.

Infelizmente, muita gente quer as bênçãos de Deus, mas não um compromisso com o Deus que, de fato, abençoa. Torna-se evidente a ausência desta atitude não hedonista de vir após Jesus, em renúncia, em sacrifício, negando-se a si próprio, tomando a cruz, com disposição de seguir ao Senhor e servi-lO.

No caminho do serviço fiel dentro do Reino de Deus há muito a realizar. Para uma época como a atual o Senhor convoca os seus a ser Suas testemunhas (mártires), “tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1.8). Ainda há muito povo, língua e nação sem conhecer a salvação que só Jesus Cristo pode conceder. O trabalho missionário carece de obreiros, pois “a seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mateus 9.37).

Onde estão os obreiros? Quem irá anunciar as boas novas? Somente homens e mulheres dispostos a negar-se a si mesmos e dispostos a seguir ao Senhor é que poderão anunciar este precioso Evangelho até aos confins da terra. Estaremos dispostos a ensinar isto aos nossos filhos e a dedicá-los para tomarem parte nesta gloriosa tarefa?

Vamos compartilhar com a nova geração as histórias de servos de Deus que se dedicaram para tornar o Evangelho conhecido nas terras mais distantes: Hudson Taylor, William Carey, Amy Carmichael, Charles Studd, John Patton¸ Jim Elliot e tantos outros. (A APEC dispõe destas histórias missionárias, e muitas mais, para o trabalho com as crianças.) Vamos apresentar heróis de verdade para as nossas crianças!

Nesta época de hedonismo, vamos mostrar à nova geração:
1) Que amamos a Deus acima de todas as coisas;
2) Que cremos e pregamos o Evangelho de Deus;
3) Que vivemos para seguir e servir ao Senhor.

Nesta época de hedonismo, precisamos viver de tal maneira que a nova geração perceba: que o Senhor e a Sua Palavra são as nossas fontes de excelso prazer, que também nos gloriamos na cruz de Cristo, e que no serviço do nosso Rei é que somos felizes. Oremos e confiemos que nossas vidas sirvam de exemplo para as crianças e que, assim, elas sejam protegidas do hedonismo.

No próximo artigo continuaremos reforçando e colocando pedras para a construção do muro de proteção para a nova geração. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

CONSTRUTORES DE MUROS - 11

 Há muitas pedras importantes a utilizar quando desejamos erguer muros seguros para a proteção da nova geração. Sejamos pais e educadores construtores de muros.


Vivemos em uma época nitidamente marcada pelo hedonismo. O hedonismo é a busca do máximo de prazer e deleite; o desejo de alcançar a felicidade, custe o que custar; a luta para evitar a dor e o sofrimento; a busca de entretenimento, acima de qualquer outra coisa. O lema desta época é: “Aproveite a vida!”; “Relaxe!”; “Pare de sofrer!”.

São inumeráveis as possibilidades e os convites para as mais variadas experiências: academias com suas ginásticas e artes marciais; áreas de lazer para esportes, caminhadas e exercícios; clubes, teatros, shows, música, dança, cinema, compras, restaurantes, lanchonetes, passeios, viagens, e até religiões.

Nesta era da informação, a tecnologia tem ampliado os recursos para as mais diversas atividades de entretenimento, como nunca se viu outrora: televisão, vídeos, canais a cabo, computadores, telecomunicações etc. Investe-se, pesadamente, em marketing, para que os produtos e serviços cheguem aos ávidos consumidores e ganhem a sua preferência. É uma verdadeira guerra, na qual o que vale é tentar fazer cada um pensar que pode se sentir bem, “legal” e feliz com aquela joia belíssima, com aquele perfume irresistível, com aquele refrigerante descolado, com aquela roupa de grife, com aquele carro importado, com aquele cartão especial. Os shopping centers (os templos da nossa época), as lanchonetes e os restaurantes estão cheios. As rodoviárias e aeroportos também estão lotados.

Parece que o que as pessoas querem não é nada mais nada menos do que “pão e circo” – aquela antiga fórmula adotada na época da decadência do império romano, quando ser cristão envolvia ser mártir (verdadeira testemunha de Cristo).

O povo de Israel, ao sair do Egito, caminhava pelo deserto em direção à terra prometida. No exato momento em que Moisés, no alto do monte, recebia as tábuas da lei das mãos do Senhor, o povo lá embaixo caiu na prática da idolatria, entregando-se a festividades onde a bebida, a sensualidade e a música despertavam as paixões mais vis. Naquela ocasião, a diversão acabou descambando para a imoralidade. Lemos em Êxodo 32:6b que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Já valia a velha regra do “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.

Este hedonismo (palavra que tem raiz na língua grega, significando prazer e deleite) invadiu também o meio evangélico. Em muitos lugares, o nome de Jesus tem sido apresentado como um talismã para que as pessoas evitem o sofrimento e “curtam” o máximo que puderem dos deleites desta vida. O evangelho está adulterado. A “nova” mensagem afirma que o que importa é ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, melhorar sua autoestima, lidar com seus traumas, escapar de suas maldições, suprir suas necessidades materiais, alcançar sua prosperidade, obter sua saúde, conseguir ser influente e poderoso, melhorar sua aparência, eliminar suas mágoas; enfim, se sentir bem e realizada e parar de sofrer.

Agradar e atrair as pessoas é o lema deste evangelho de entretenimento, que se esmera em fazer o espectador desfrutar de uma experiência agradável com a música, a dança, o show de luzes, a curta e breve mensagem, a cor, o perfume, a pompa, o humor e o teatro, como em um programa de auditório.

Pais e cristãos construtores de muros precisam aprender a “remar contra a maré” e ensinar a suas crianças pelo menos três princípios que, sendo praticados e vividos, tornam-se uma muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo. Recordemos o primeiro deles, uma pedra maravilhosa neste muro de proteção, que já estabelecemos no início desta série de estudos:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22.37, 38). A questão primordial não é a felicidade humana pura e simples e, sim, o relacionamento do homem com Deus, o seu Criador Excelso e Soberano! Esse relacionamento traz verdadeira felicidade.

Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37.4). Vale a pena destacar, neste versículo, que aquele que se agrada do Senhor, amando-O de todo coração, alma e entendimento, tem, no próprio Senhor, a fonte completa de satisfação. É Ele que satisfaz todos os desejos do coração e nada mais precisa ser acrescentado.

O homem não foi criado simplesmente para ser feliz, mas para amar e buscar a Deus, para desfrutar de comunhão com Ele para sempre, o que vai produzir a verdadeira felicidade. E é nesta busca, em primeiro lugar, do Seu reino e de Sua justiça, que todas as coisas necessárias à existência humana são acrescentadas, como lemos em Mateus 6.33.

Qualquer pessoa, que procurar a felicidade em coisas independentemente de Deus, viverá uma vida frustrada, mesquinha e infeliz, e jamais encontrará a razão para viver. O sentimento de vazio e de solidão jamais será abafado, por mais que se multipliquem as experiências de lazer e de entretenimento.

No próximo artigo continuaremos reforçando e colocando novas pedras para a construção do muro de proteção para a nova geração. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

CONSTRUTORES DE MUROS 10 - TAREFAS DE PAIS E EDUCADORES

 No artigo anterior verificamos que precisamos – urgentemente – de pais construtores de muros! Vimos que uma das tarefas prioritárias destes pais é em 1º LUGAR – que suas crianças conheçam e experimentem o amor de Deus.

Esta tarefa deve ser também a dos ensinadores de crianças, que muito bem poderiam ser chamados de “evangelistas de crianças”, que trabalham construindo muros de proteção para as multidões de crianças cujos pais não se importam com a educação e a formação espiritual de seus filhos.


Vamos acrescentar, neste artigo, mais duas tarefas, dos pais e dos educadores construtores de muros:

EM 2º LUGAR – Que suas crianças conheçam e experimentem as promessas de Deus.

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4.18). A fé na Palavra de Deus e em suas promessas preciosas nos permite avançar seguros. Nas horas mais difíceis, é do Senhor que vem o socorro e o conforto.

Uma pequena porção das Escrituras memorizada pelas crianças, e também pelos próprios pais e educadores, tem uma força imensa e um poder de permanência que dura toda a vida. Sempre explique às crianças o significado do versículo e as palavras difíceis, para que elas possam decorar com entendimento.

Conduza suas crianças a memorizar textos e promessas da Palavra de Deus. Uma sugestão é a de memorizar junto com as crianças grandes temas da Bíblia, em ordem alfabética: Alegria (Neemias 8.10b); Calma (Isaías 30.15); Compreensão (Salmo 119.104); Confissão de pecados (1 João 1.9); Direção (Salmo 119.105) etc.

Ter um bom programa de memorização de versículos bíblicos com as crianças é uma boa maneira de ajudá-las a se desenvolverem de forma saudável, com condições de enfrentar toda e qualquer situação, conscientes de que o Senhor está sempre ao seu lado e que Ele está no controle de todos os acontecimentos.

Só o Senhor pode dar a segurança de que “todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28). Só o Senhor pode dar a convicção de que Sua vontade para a vida dos Seus é “boa, agradável e perfeita” (Romanos 12.2).

Outra tarefa preciosa para os pais e educadores é:

EM 3º LUGAR – Que suas crianças conheçam e experimentem que vale a pena viver em função dos outros, não de si mesmas.

Quando temos Jesus como Salvador e estamos seguros nas mãos do Pai, nossa vida se torna útil. Recebemos a orientação do Espírito Santo e temos um sentimento de que vivemos para servir e não para ser servidos. O amor de Deus, que é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Romanos 5.5), nos leva a amar as pessoas que nos rodeiam e procurar suprir as suas necessidades.

Oh, quantas necessidades existem ao nosso redor!

Podemos desenvolver em nossas crianças, filhos ou alunos, uma atitude de altruísmo em favor dos necessitados, dos que sofrem, dos que estão marginalizados ou desempregados. Há tanta coisa para ser feita!

Vamos formar uma geração de idealistas, consumidos pela paixão de ajudar os que têm necessidades. E qual a maior necessidade das pessoas? Os homens, mulheres e crianças desta época precisam, desesperadamente, conhecer o Evangelho da graça de Jesus Cristo.

Vamos envolver nossas crianças com a obra missionária. Vale a pena contar-lhes histórias de servos de Deus (tais como Charles Studd, William Carey, Amy Carmichael, David Livingstone, Hudson Taylor, Fanny Crosby, George Muller), homens e mulheres, que demonstraram o seu amor ao Senhor e às pessoas perdidas indo até aos confins da terra.

Vamos contar também sobre missionários que nos dias de hoje estão trabalhando em campos missionários, aqui perto ou num país distante. As crianças podem se envolver no levantamento de uma oferta de amor para eles. Podemos dar-lhes informações sobre as necessidades espirituais de outros povos e levá-las a orar pela salvação deles.

Vamos desafiar nossos filhos e alunos a serem missionários. É preciso tomar cuidado para não compartilhar apenas curiosidades e fatos pitorescos a respeito de outros povos, tais como costumes, vestimentas, comidas, língua etc. As crianças devem se sentir responsáveis por compartilhar o Evangelho com aqueles que nunca ouviram ou que nunca creram. Precisamos desafiar cada criança a entregar sua vida ao Senhor para servi-lo de tempo integral, seja onde for.

Vamos mudar nossa maneira de criar e/ou educar nossos meninos e meninas. Em vez de investir neles apenas com o pensamento de que venham a se tornar bem-sucedidos, prósperos, ricos proprietários e com excelente condição econômica, vamos criá-los e/ou educá-los de modo a que estejam prontos a se doar pela causa de Cristo. Um servo de Deus disse certa vez: Não queira que seus filhos ou alunos sejam milionários, se Deus quer fazer deles missionários!

Vamos construir muros fortes na formação das crianças, para que se tornem uma geração forte, na força do Senhor. Vamos, portanto, agir para que as nossas crianças:

1. Conheçam e recebam o amor de Deus, sintam-se amadas, aceitas e pertencentes ao Senhor.
2. Tenham segurança, exercitando sua fé nas promessas de Deus registradas na Bíblia.
3. Estejam prontas a servir, especialmente na tarefa de ir e fazer discípulos de todas as nações.

Mas há ainda outras pedras que podem ser colocadas, a fim de levantar um muro seguro para a proteção da nova geração. No próximo artigo colocaremos mais uma. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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