É PRECISO INVESTIR NAS CRIANÇAS
Este questionamento surgiu após a leitura de uma matéria escrita por F. Zakaria no “The Washington Post” falando sobre o fim do sonho americano e que foi reproduzida no jornal “O Estado de São Paulo”, no dia 18 de agosto de 2013.
O autor, analisando a situação
difícil do seu país, no caso os EUA, afirmava que para recuperarem seu poder e
prestígio, seria necessário investir nas crianças, e destacava, entre outras
coisas:
• As cidades são melhores onde as famílias têm vínculos consistentes, grupos de apoio cívico e voltados para serviços comunitários.
• Os EUA, de forma geral, têm um desempenho medíocre porque o país tem muito mais famílias desfeitas do que as outras nações.
• Constatou-se também que
o país gasta bem menos em educação das crianças e no bem-estar dos mais pobres,
especialmente das crianças, do que qualquer outra nação rica.
• Ficou claro também que países que investem em saúde e educação infantil têm uma ascensão social mais vigorosa.
OS DESAFIOS DA PRIMEIRA INFÂNCIA
Em 2017, as revistas Exame e Veja, organizaram a vinda do Dr. James Heckman, prêmio Nobel de Economia no ano 2000, que tendo criado métodos científicos para avaliar a eficácia de programas sociais, dedicou-se a estudar a primeira infância — para ele, um divisor de águas.
A sua palestra: “Os desafios da primeira infância – Por que investir em crianças de zero a 6 anos vai mudar o Brasil” mostrou a imperiosa necessidade de estimular as crianças nos primeiros anos de vida para que a pessoa tenha sucesso na vida adulta.
Para ele nesta idade o cérebro se desenvolve em velocidade frenética e tem um enorme poder de absorção, como uma esponja maleável. As primeiras impressões e experiências na vida preparam o terreno sobre o qual o conhecimento e as emoções vão se desenvolver mais tarde. Se essa base for frágil, as chances de sucesso cairão; se ela for sólida, vão disparar na mesma proporção. Por isso, ele defende os estímulos desde muito cedo. Para ele, investir em crianças de zero a 6 anos é que pode mudar uma nação.
CRIANÇA – TEMA DE ESTADISTA
Há alguns anos atrás, Pedro Malan, que foi ministro no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, escreveu que criança é tema de estadista.
O grande problema é que não se encontra em parte alguma, um estadista. Será que um dia surgirá um estadista no Brasil? Todos ficam tão envolvidos nas urgências do dia a dia, que lhe garantam ganhar nas próximas eleições, que não percebem o tempo passando rapidamente e as crianças sendo esquecidas.
É assim com os pais, tão envolvidos em suas atividades e com suas preocupações para a manutenção de suas famílias e seus status, que não lhes sobra tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, e muito menos para conversar, brincar, ler um livro, ter um tempo devocional com seus filhos.
É assim também com diáconos, presbíteros e pastores, líderes das igrejas locais que percebem a criança como um grande problema. Como fazê-las se comportar bem na igreja sem perturbarem as reuniões e as conversas dos adultos com suas correrias e gritarias? Como ter uma boa equipe de monitores que possam cuidar das crianças de maneira que os seus pais possam, com tranquilidade, assistir e participar das reuniões?
É assim com os responsáveis pelos serviços públicos, que no máximo, se empenham em ter espaços onde possam acomodar as crianças de maneira que seus pais possam ir para os seus empregos sabendo que as crianças estão dentro de uma creche ou de uma escola, e assim os prédios vão sendo construídos.
E a real formação da criança? Como que fica? Lamentavelmente, a mídia tem exercido um papel cada vez mais influenciador, ditando normas de comportamento e modos de sentir e de pensar. Há também muitos que se utilizam dos currículos nas escolas, dos brinquedos e jogos infantis, para introduzirem seus conceitos de ordem política, religiosa e moral. A questão da ideologia de gênero, por exemplo, é uma aberração total.
Onde, efetivamente, se vê crianças aprendendo a pensar?
Que o papel de influenciador de nova geração seja exercido com maior intensidade por homens e mulheres que amam ao Senhor e a Sua palavra e que mudem radicalmente a maneira de lidar com as crianças em casa e na igreja.
Que as crianças sejam colocadas no centro das atenções e que a prioridade seja investir para que, desde a tenra infância, as crianças conheçam as Sagradas Escrituras, sejam evangelizadas e discipuladas e se tornem sábias “para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:15).
Aí, sim, haverá bom futuro!
Pr. Gilberto Celeti
Missionário da APEC, professor, palestrante e escritor
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