quinta-feira, 18 de abril de 2024

Transmitindo Visão Missionária às Crianças – 1


“Deus tinha um único Filho e fez dele um missionário” – escreveu David Livingstone (1813-1873), missionário britânico, um dos pioneiros na África.


No primeiro livro da Bíblia lemos que Deus, ao chamar Abraão, lhe disse: “Em você serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3).

Então, no último livro da Bíblia lemos: “…olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Apocalipse 7.9, 10).

A obra missionária acontece neste intervalo de tempo, entre a chamada de Abraão e a visão de Apocalipse, em que pessoas de todas as etnias estão louvando ao Eterno Deus. O apóstolo Pedro dirige-se aos que já nasceram de novo dizendo: “…vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus”! (2 Pedro 3.11, 12). Anote as palavras esperando e apressando. Vamos nos referir a elas mais tarde.

Parte 1 – A TRAGÉDIA DOS SÉCULOS

Ao longo dos séculos, pode ser assustador verificar a negligência e a irresponsabilidade da geração adulta para com a nova geração, quanto à urgência e a importância de transmitir-lhes o conhecimento de Deus, conforme Ele mesmo havia determinado. Este foi o mandamento de Deus, dado por intermédio de Moisés:

“Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se” (Deuteronômio 6.4-7).

O livro de Deuteronômio apresenta as últimas palavras de Moisés, após os 40 anos em que o povo de Israel andou pelo deserto. Moisés não teve permissão para entrar na Terra prometida e Josué foi o seu sucessor, como líder do povo. Praticamente dois séculos depois, o livro de Juízes relata esta tragédia:

“O povo serviu o Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué e que viram todas as grandes obras que o Senhor tinha feito por Israel. Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu com a idade de cento e dez anos. Foi sepultado em sua própria herança, em Timnate-Heres, na região montanhosa de Efraim, ao norte do monte Gaás. Toda aquela geração também morreu e foi reunida aos seus pais.

“E, depois dela, se levantou uma nova geração, que não conhecia o Senhor, nem as obras que ele havia feito por Israel. Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo os baalins. Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os havia tirado da terra do Egito, e seguiram outros deuses, os deuses dos povos que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira” (Juízes 2.7-12).

A nova geração de israelitas não conhecia o Senhor. Que tragédia!

Outro texto do Antigo Testamento, muito especial e bem didático, tratando desta negligência e irresponsabilidade da geração adulta para com a nova geração, é o Salmo 78, escrito por Asafe. Ele descreve como surgem, em cada época, dois tipos de pessoas:

  • Aquelas que ele chama de geração fiel. São pessoas que colocam em Deus a sua confiança e esperança, que não se esquecem dos feitos de Deus e que obedecem aos preceitos do Senhor (vers. 7).
  • Aquelas que ele chama de geração obstinada e rebelde. São pessoas que têm um coração inconstante e um espírito infiel para com Deus (vers. 8).

Para que surja uma geração fiel, basta os pais obedecerem às ordens claras de Deus e se empenharem em levar as crianças ao conhecimento de Deus, do poder de Deus e das maravilhas que Ele realiza. É o que está registrado os versos 3 e 4 do Salmo 78: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”.

Sem dúvida, é o Espírito Santo que convence uma criança – e qualquer pessoa – do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8-11), mas nada acontecerá sem que cumpramos a nossa parte, que consiste em contar, sem encobrir nada a respeito da Pessoa de Deus e do plano eterno que Ele preparou para nossa salvação. No Novo Testamento, Deus nos diz em Romanos 10.14: “Como crerão naquele de quem nada ouviram?”

Para que surja uma geração rebelde, basta a negligência em transmitir aos pequeninos as grandezas de Deus, o Seu poder e as Suas obras maravilhosas.

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O tema continua. Este é o primeiro artigo de uma série de doze. No espaço abaixo dedicado para comentários, pode também deixar sua sugestão ou mesmo pergunta.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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