Concordo com o que disse meu irmão: O futuro de nosso país depende deste tipo de intercessão , que o Trevin Wax, nos desafia. Vamos diariamente orar:
SENHOR, SALVE MEUS TRINETOS O que podemos aprender com a oração de Charles Spurgeon pelos seus descendentes?
Autor: Trevin Wax Tradução: Gerson Celeti
Há alguns anos, estive em Londres para uma conferência em homenagem ao maior pregador batista do século 19, Charles Spurgeon. Um ponto alto dessa viagem foi visitar o túmulo de Spurgeon junto com Susannah Spurgeon e seus filhos. Susannah é trineta de Charles Spurgeon; uma crente fiel, cuja família ama a Deus e tem em alta estima a Sua Palavra. Na conferência, enquanto se dirigia aos presentes, ela rememorou o relato de seu tetravô sobre sua conversão, quase se engasgando ao ler sobre a noite em que ele foi salvo.
RESPOSTA VISÍVEL A UMA ORAÇÃO ANTIGA Por mais especial que tenha sido esse momento, nada poderia ter me preparado para o impacto do que viria a seguir. Era 1º de agosto. Lá estávamos em Londres, quase 130 anos depois da morte de Spurgeon, e Susannah decidiu ler uma das orações que ele havia composto para um devocional, datada daquele mesmo dia. Aqui está o que Charles Spurgeon orou:
‘Ó, Senhor, Tu fizeste aliança comigo, Teu servo, em Cristo Jesus, meu Senhor; e agora, eu Te suplico, que meus filhos sejam incluídos em Tuas graciosas provisões. Permita-me crer nesta promessa feita a mim e a Abraão. Sei que meus filhos nascem no pecado e são formados na iniquidade, assim como os de outros homens; portanto, não peço nada em razão de seu nascimento, pois bem sei que “o que é nascido da carne é carne” e nada mais. Senhor, faze-os nascer sob a Tua aliança de graça pelo Teu Espírito Santo! Oro pelos meus descendentes ao longo de todas as gerações. Sê Tu o seu Deus como Tu és o meu. A minha maior honra é que me permitiste servir-Te; que a minha descendência Te sirva em todos os anos vindouros. Ó Deus de Abraão, sê o Deus do Teu Isaque! Ó Deus de Ana, acolhe Samuel!’
Esta foi uma oração de Charles Spurgeon por sua prole, por seus descendentes ainda não nascidos. Quando você lê essas palavras em voz alta, não pode deixar de sentir o anseio dele pelo bem-estar espiritual de netos e bisnetos. Ele estava orando pelas gerações futuras.
Anos se passaram. Décadas. Mais de um século. Mas lá, em Londres, ouvi aquelas palavras lidas pela trineta de Spurgeon – a personificação viva da resposta de Deus àquelas orações dos anos 1800.
PARA AS GERAÇÕES FUTURAS Uma das canções cristãs dos anos 1990 que me marcou foi “Para as Gerações Futuras (4Him)”. É sobre a importância de manter a fé, não importando os ventos culturais que soprem, não apenas para o bem dos que estão vivos hoje, mas também para as gerações futuras.
Não nos dobraremos e não vamos quebrar Não vamos diluir nossa fé, Não nos comprometeremos com um mundo de desespero. O que foi não podemos mudar, Mas para amanhã e hoje, Temos de ser uma luz para as gerações futuras.
Outra canção da mesma época expressava um sentimento semelhante: “Encontre-nos Fiéis (Steve Green)”. A letra pinta um retrato daqueles que nos antecederam, a nuvem de testemunhas que nos rodeia, torcendo por nós, enquanto corremos a carreira proposta. O coro, então, imagina o momento em que estaremos nessa nuvem e o legado que deixaremos para aqueles que correrem a corrida no futuro.
Que todos os que vêm atrás de nós nos encontrem fiéis, Que o fogo da nossa devoção ilumine o caminho deles; Que as pegadas que deixamos os levem a crer E as vidas que vivemos os inspirem a obedecer.
Ambas as canções são marcantes pela responsabilidade que colocam no crente hoje. Temos de ser uma luz. Devemos ser fiéis. A forma como vivemos hoje é importante para o amanhã. Tudo isso é verdade. Mas a ênfase nas Escrituras recai mais sobre uma santa inquietação para que Deus seja fiel em nos guardar e preservar nossos descendentes. Qualquer exemplo fiel que deixamos deve-se à fidelidade de Deus em nos preservar. E isso me lembra uma canção que encontramos nas Escrituras.
O CÂNTICO DE ZACARIAS Em Lucas 1, o cântico de Zacarias (pai de João Batista) expressa alegria e gratidão a Deus como Aquele que cumpre suas promessas. Ele celebra a salvação prometida por Deus através da linhagem de Davi, cantando de alegria como se estivesse com os braços vibrando no ar, porque Deus é bom a fim de salvar seu povo de seus inimigos e das mãos daqueles que os odeiam. Deus está lidando misericordiosamente com o povo de Israel por amor aos seus antepassados.
O nome de Zacarias significa “Deus se lembra” . Muito apropriado, não é? É por isso que Zacarias louva a Deus. Deus se lembra de você e cumpre as promessas dEle a você. Melhor ainda, Ele cumpre as promessas que fez aos nossos antepassados, aos que nos antecederam. Deus se lembra de cada oração que sua mãe fez por você, de cada oração que seu avô fez em seu favor, de todas as orações que homens e mulheres piedosos de outrora fizeram por seus descendentes.
No final dos anos 300, quando Ambrósio, o bispo de Milão, viu o fervor e as lágrimas com que Mônica orava por seu filho, ficou tão emocionado que disse a ela: “É impossível que o filho de tantas lágrimas pereça” . Deus respondeu à oração de Mônica, não apenas concedendo a salvação ao filho dela, mas dando à igreja um dos maiores e mais influentes teólogos que já viveram: Agostinho de Hipona.
OREM PELOS QUE AINDA ESTÃO POR NASCER Ainda hoje, quando cantamos hinos de louvor como “A Bênção” , com seu clamor para que o favor de Deus “esteja sobre nós, até mil gerações, sobre sua família e seus filhos, e filhos de seus filhos, e os filhos deles” , estamos nos apegando às promessas de Deus, confiando nEle não apenas para conosco hoje, mas para com aqueles que virão amanhã. E mesmo aqueles de nós, que Deus não pode abençoar com filhos, poderemos ainda ser pais e mães na fé, fazendo discípulos que farão discípulos, com netos e bisnetos espirituais que vão deixar um legado eterno.
Se é verdade que Deus responde à oração, se é verdade que Ele cumpre Suas promessas, se é verdade que – nas palavras do pastor puritano Thomas Boston – “Sua promessa se acorrenta às Suas misericórdias” , talvez devêssemos ampliar nossos horizontes, elevando nossos corações ao Senhor em nome de todos aqueles que seguirão nossos passos. Como Spurgeon, podemos orar não apenas por aqueles vivos hoje, mas por aqueles que correrão a carreira nas décadas e séculos depois de nós. Oremos por aqueles que ainda não nasceram para que, um dia, venham a nascer de novo. Ó, Senhor, salva os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos!
Trevin Wax
O autor, Trevin Wax é vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento de recursos da Junta Norte-Americana de Missões. Foi missionário na Romênia. Trevin é colunista regular da “The Gospel Coalition” e tem escrito para o The Washington Post, Religion News Service, World e Christianity Today, que o nomeou um dos 33 da geração Y que moldam a próxima geração de evangélicos. Você pode acessar alguns de seus artigos, em português, no link do TGC COALIZÃO PELO EVANGELHO/Brasil: https://coalizaopeloevangelho.org/profile/trevin-wax/
Ele tem ministrado cursos sobre missão e ministério no Wheaton College e tem lecionado sobre cristianismo e cultura na Universidade de Oxford. É professor visitante da Universidade Cedarville. Foi editor fundador do The Gospel Project. Foi também editor da Bíblia Padrão Cristão e é autor de vários livros, incluindo: O Prazer da Ortodoxia, O Líder Multidirecional, Repense Você, Este É Nosso Tempo e Ensino Centrado no Evangelho. Ele e a esposa, Corina, têm três filhos. Você pode segui-lo no Twitter ou Facebook.
O tradutor, Gerson Celeti, missionário transcultural desde 1979, é leitor assíduo, há um ano, dos artigos semanais do Trevin e obteve dele a permissão para colocar esse texto em português para ser compartilhado no Brasil.
Deixe mais abaixo o seu comentário E aceite este desafio: Ore pelos seus descendentes, muitos dos quais você nunca os conhecerá, aqui neste mundo, mas sim, na eternidade!
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