sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS - 3ª parte




Onde estão os Pastores de Crianças? – terceira parte
Este artigo faz parte de uma série que foi publicada na Revista Trimestral da APEC: "O Evangelista de Crianças"
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Estamos considerando, sem nenhuma dúvida, que a atividade que melhor representa aquele que trabalha com as crianças é a atividade de um pastor.
 
Jesus é quem fala do pastor que sai a procura da ovelha perdida e associa esta linda imagem ao fato de que é de suma importância buscar as crianças que estão perdidas, porque não é da vontade do Pai Celestial que nenhum pequenino se perca. (Mateus 18:10-14). Sim, o pastor é aquele que procura o cordeiro perdido.
Jesus é quem dá a Pedro a incumbência de apascentar os cordeirinhos e pastorear as ovelhas, que traz também essa imagem preciosa do cuidado que tem o pastor em suprir as necessidades de alimento, de direção, de cuidado, tanto das crianças como dos adultos. (João 21:15-17). Sim, o pastor é aquele que alimenta o cordeiro de Cristo.
O pastor é aquele que conhece os cordeirinhos e as ovelhas pelo seu nome. Como já foi mencionado, tios, tias, professores, professoras, palhaços, palhaças, monitores, voluntários e tantos outros, embora possam até serem usados no trabalho entre os pequeninos, não podem jamais ocuparem o lugar dos que pastoreiam as crianças.
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças. Elas necessitam, já, de pastoreio. Que os líderes em cada uma das igrejas locais, tenham a visão correta sobre o ministério entre os pequeninos. Que os pais aceitem o desafio de tornarem-se “pastores” de seus próprios filhos.
Além de buscar crianças perdidas e alimentar as crianças que já receberam a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, uma terceira atividade do pastore é livrar o cordeiro quando atacado pelas feras.
O PASTOR QUE LIVRA A OVELHA QUANDO ATACADA PELOS ANIMAIS FEROZES
Há uma guerra real acontecendo para tomar conta das mentes das crianças e não se percebe isto. Trata-se de uma guerra invisível, das forças de Satanás, para capturar os cérebros infantis. Quem conseguir dominar estas mentes ganhará o futuro, e ninguém se dá conta do que está acontecendo.
Não há percepção desta batalha, pois não é visível. Não se consegue visualizar o que está acontecendo na esfera espiritual. Há imagens que chegam todos os dias das guerras que acontecem ao redor do mundo. Há cenas horríveis de crianças esqueléticas por causa da fome, dos bairros destruídos por bombas, das crueldades, dos tiroteios, das barbáries, dos choros e lamentos, das tragédias e das catástrofes, das cenas de desolação e morte. Todos os dias há imagens assim, que chegam via satélite em todos os lares.
ESTRATÉGIAS DO INIMIGO
E a guerra espiritual para dominar a mente das crianças e da juventude, quem a observa? Quem se choca? Satanás age de maneira estratégica quando investe na mente infantil, lançando mão de suas setas destruidoras: a pornografia, a sexualidade precoce, a exploração sexual das crianças, os jogos, as brigas, etc.
Quantas vidas estão sendo destruídas e ficando miseráveis? As crianças estão sendo ensinadas, por exemplo, a olharem a homossexualidade como algo normal. Isto é um ataque às suas mentes. Quem percebe estes ataques destruidores às mentes das crianças, através de filmes, jogos e livros?
As famílias estão sendo bombardeadas! Não há filme ou novela que não lance estas granadas mortíferas para desestabilizar, descaracterizar e destruir a família. A família está sendo arrebentada, quebrada. Famílias fracas, com crianças deprimidas que buscam nas drogas algum tipo de escape, são ataques às mentes das crianças. O ódio de Satanás às crianças fica patente no elevadíssimo índice de abortos que se pratica diariamente, em toda parte. O número de abortos revela uma crueldade imensa.
As crianças têm as suas mentes bombardeadas através de jogos e vídeos em que a violência e o satanismo seguem de mãos dadas. Os jogos de RPG, por exemplo, incentivam o mal. Quanto mais se é perverso, mais se comete maldade, aí é que se obtém um resultado melhor na pontuação do jogo. É um verdadeiro absurdo! E as crianças estão sendo ensinadas assim.
ESTRATÉGIA SUTIL DO INIMIGO
Nessa guerra, que parece que ninguém vê nem percebe, há bombas lançadas nas mentes de líderes de igrejas evangélicas, as quais os deixam cegos para as necessidades espirituais das crianças. Muitos assimilaram idéias que não estão de acordo com a Palavra de Deus, e raciocinam que só depois dos 13 anos é que uma criança pode ser evangelizada. Ora, nessa idade já é tarde, embora para Deus nunca seja tarde demais.
Infelizmente não se percebe que o melhor tempo para se conduzir as crianças a Cristo é nos primeiros anos, começando desde quando são bebês, aproveitando muito bem o período de ouro quando são pré-escolares,  durante os anos que estão nos estudos da fase fundamental e tendo a bênção de ver as crianças já nascidas de novo antes mesmo de entrarem no período da pré-adolescência.
O fato é que o índice dos que recebem a Cristo antes dos 15 anos de idade é sempre muito superior ao de que qualquer outra faixa etária, levando lideres cristãos como George Barna a dizerem que se uma pessoa não vier a Cristo antes dos 15 anos de idade as chances desta pessoa vir a se converter é bem pequena.
Charles Spurgeon também “brigou” e muito pela evangelização e discipulado das crianças, afirmando certa ocasião: “Espero que você não esteja entre aqueles que esperam ver suas crianças convertidas apenas quando forem crescidas, e sente-se satisfeito ao deixá-las permanecer em seus pecados enquanto são crianças. Espero que você ore pela conversão das crianças enquanto são crianças, e esteja trabalhando neste sentido com a ajuda graciosa do Espírito. Se você estiver fazendo isto, não conheço qualquer outro serviço mais adequado para incluir os anjos do céu se lhes fosse permitido fazê-lo”.
CRIANÇAS TOCADAS COM MÃOS IMUNDAS
A violência da ação maligna contra a infância acontece de maneira surpreendente nos casos de abusos sejam verbais, sejam físicos, sejam sexuais. O alto índice de pedofilia, a exploração sexual de crianças, a pornografia têm sido uma realidade cada vez mais presente na sociedade, e vergonhosamente dentro dos ambientes chamados “evangélicos”.
É preciso estar atento, como pastor cuidadoso, para verificar que todos os cordeirinhos estejam íntegros, sem marcas de mãos sujas em seus corpos.
É preciso estar atento para verificar se as crianças estão sendo impedidas de falar, sendo obrigadas a permanecer em silêncio, sendo ameaçadas pelos “lobos” que sempre aparecem vestidos de ovelhas. É preciso estar atento para que inclusive certos “pastores” não se aproveitem para macular as ovelhas.
O verdadeiro pastor vai denunciar os abusos de qualquer ordem contra as crianças. O verdadeiro pastor vai abrir a boca a favor dos pequeninos, que muitas vezes são ameaçados para que fiquem calados. Quantos cordeirinhos sofrendo em silêncio!
O verdadeiro pastor, que busca a ovelha perdida, que nutre com a sã Palavra de Deus os cordeirinhos, vai proteger e defender as ovelhas. Para ele, o texto de Provérbios 31:8 é levado a sério: “Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados”. Abrir a boca a favor do mudo é abrir a boca a favor dos que não têm voz. Quem vai falar pelas crianças?
continua.......

domingo, 16 de dezembro de 2012

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS?


ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS? Segunda parte 
Este artigo saiu na Revista "O Evangelista de Crianças" ano 58, nº 228, julho/agosto/setembro/2012.
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As crianças necessitam urgentemente de homens e mulheres que se submetem à vontade de Deus
e se dediquem a pastoreá-las. O momento atual exige isso.
O que faz um “pastor” de crianças, que deseja fazer a vontade do Pai?
Os pastores sempre foram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos, que procuravam as ovelhas perdidas e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo atacadas.
Já vimos  o trabalho do pastor à procura da ovelha perdida. Vejamos agora o pastor como aquele que alimenta o seu rebanho.
O termo “pastor” aparece setenta e sete vezes no AT (raah). No grego (poimén) aparece dezoito vezes.
No seu sentido literal, um “pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Aparece pela primeira vez em Gênesis 4:2, referindo-se a ocupação de Abel. Pode-se dizer que, ao lado da profissão de agricultor, é a mais antiga profissão do mundo.
Moisés era apenas um pastor, em Midiã, quando Deus o chamou ao Egito para libertar o povo de Israel, que estava ali escravizado há várias gerações.
Davi era apenas um pastor, em Belém, quando Deus o chamou a fim de liderar o reino de Israel.
Deus é o Pastor de Israel. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1). Ver ainda Isaías 40:11; Jeremias 31:10 e Ezequiel 34:12.
No NT Jesus Cristo é o Bom Pastor que deu a sua vida pelas suas ovelhas (João 10:2,11,14,16). Ele é chamado o Grande Pastor em Hebreus 13:20. Em 1 Pedro 2:25 Ele é chamado de Supremo Pastor.
Características do verdadeiro pastor
1) Instrui e guia as ovelhas com a sua palavra e com o seu exemplo, indo adiante delas.
2) Vive bem familiarizado com as suas ovelhas, e elas o conhecem bem, o que indica comunhão e comunicação.
3) É inteiramente devotado ao seu rebanho e dá a própria vida pelas suas ovelhas.
4) Garante a segurança do rebanho, vigiando contra os ataques dos inimigos.
5) É sadio na doutrina, forte na fé, tem prazer em ensinar e é capaz de fazê-lo;
6) Vive uma vida de piedade e manifesta o fruto do Espírito em sua vida;
7) É responsável e perseverante;
8) Busca a santificação, é equilibrado e livre de vícios;
9) Tem boa reputação e não é dado a contendas;
10) Tem uma linguagem sadia e não usa de maledicências ou fofocas;
11) Vive honestamente, não é ganancioso, nem anda atrás do dinheiro;
12) Tem uma boa família, que não lhe traz perturbações;
13) É conhecido pelas boas obras que realiza.
Todas essas características fazem violento contraste com os falsos pastores, que são indivíduos totalmente egoístas e perversos, e que, na realidade, não podem oferecer qualquer vantagem ou bênçãos ao rebanho de Deus. Pelo contrário, há até muitos obreiros e “pastores” que são pedófilos e abusadores de crianças, que ficam muitas vezes acobertados para não ficarem expostos e serem motivos de escândalo. Absurda esta “compaixão” parta com estes “pastores” que são na verdade lobos com pele de ovelha. “A compaixão nem sempre é virtude, quem poupa a vida do lobo, condena à morte as ovelhas”, afirmou o escritor francês Vitor Hugo.
Muito triste também é constatar que em muitos lugares são colocadas pessoas para instruírem as crianças sem que tenham as qualificações necessárias. Diante dos cordeirinhos precisam estar os melhores “pastores e mestres”. Não é tarefa para “qualquer um” realizar.
O PASTOR QUE ALIMENTA O CORDEIRO DE CRISTO!
Mais além da evangelização das crianças, é preciso alimentá-las. O alimento é a doutrina bíblica e saudável. Este é o alimento verdadeiro para as crianças que Jesus chama de seus cordeiros. Ele mesmo diz: “Apascenta os meus cordeiros” (João 21:15).
Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do que estes? Disse ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse Jesus: Cuide dos meus cordeiros” (João 21:15).
A palavra aqui significa alimentar, cuidar. No versículo seguinte significa governar, dirigir, orientar, fazer tudo o que um pastor tem que fazer com um rebanho. Mas no versículo que fala dos cordeirinhos o significado principal é o de alimentar. Este dever não pode ser negligenciado. Há uma necessidade imperiosa de instruir as crianças na fé. As crianças precisam principalmente aprender a doutrina, a verdade e a vida do evangelho de Cristo. Elas precisam que a verdade da Palavra de Deus lhes seja ensinada com clareza e convicção.
Os que ministram às crianças precisam tornar a doutrina simples; essa será a parte principal do seu trabalho. Ensinar aos pequenos a verdade completa porque as crianças salvas, os cordeirinhos de Jesus, têm que crescer, aumentando a capacidade de saber, de ser, de fazer, de sentir, portanto precisam ser bem alimentadas e bem instruídas.
Elas correm o risco de que sua fome seja satisfeita com a mentira, com o erro, com a má doutrina. O inimigo fará de tudo para ganhar as mentes das crianças. Nós temos que chegar primeiro e ganhar os corações dos pequenos com a mensagem de Deus
Infelizmente, o que se vê hoje é cordeiros e ovelhas sem pastoreio algum, sem alimento. É a época do alimento desprovido de nutrientes e que provoca doenças como câncer e diabetes. Só coisas gostosas e atraentes, lanches, doces, bebidas efervescentes, e tanto mais. Hoje, o que se vê é show, atração, brincadeiras, festas. Onde estão os púlpitos?
O versículo “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6) talvez seja um dos mais conhecidos e citados quando o assunto é a criança. No entanto, a questão é a seguinte: Até que ponto acreditamos em sua afirmação e agimos de acordo? O que, de fato, se ensina à criança hoje?
Entremos, por um momento, numa casa cujos pais estão com os filhos nos primeiros anos de sua vida; talvez um deles já iniciando sua experiência na escola. Quais brincadeiras e brinquedos atraem estas crianças? Quanto tempo de conversação os pais têm com os seus filhos? Em que momento todos se reúnem para oração e leitura da Bíblia? Será que a família tem tempo para conversar? Será que faz suas refeições diante da televisão? Será que estas crianças ficam totalmente “ligadas” nos games, nos programas de tv, nos jogos da internet?
Entremos, também, numa sala de aula. Que tipo de ensino recebem as crianças? Será que ouvem que o mundo surgiu por acaso? Ou na seqüência de um processo evolutivo? E que não existe um Criador?
E se entrarmos numa igreja local, encontraremos crianças sendo devidamente orientadas quanto à Pessoa de Deus? Quanto ao evangelho todo da salvação em Cristo? Quanto ao valor e à riqueza da Bíblia, a Palavra de Deus? Ou será que encontraremos apenas entretenimento sem conteúdo e professores despreparados? O que, afinal, está sendo colocado nas mentes das crianças?
Para atrair as pessoas para si, principalmente as crianças, a Igreja está mais empenhada em divertir os seus pequenos. O que mais se vê é um programa atrativo, cheio de atividades interessantes, com barulho, muito movimento, novidades e surpresas. Metodologias com características inovadoras têm surgido. Algumas excelentes, outras nem tanto assim. Metodologias são muitas bem vindas! De qualquer forma, independente da metodologia escolhida o fundamental é: Existe um conteúdo bíblico consistente?
As aulas para as crianças precisam ter conteúdo bíblico, ensino sério sobre a pessoa de Deus,  dependência e presença do Espírito Santo, seriedade, respeito, reverência.
Pessoas procuram métodos inovadores, visuais que impressionam,  músicas que tenham ritmo e barulho, atividades com movimento, atividades manuais excêntricas... Mas não estão preocupadas com o genuíno leite espiritual. (I Pedro 2:2).
Onde está o ensino que vai livrar a criança do inferno? (Mateus 10:28) Onde está o ensino que vai livrar dos enganos de satanás? (I Timóteo 4:1) Onde está o ensino que vai fazê-lo andar no caminho certo mesmo na velhice? (Provérbios 22:6) Onde está o ensino que leva ao Príncipe da verdadeira Paz? (Isaías 9:6).
Não se trata de ser contra brincar, fazer atividade manual, cantar com ritmo e barulho, nem mesmo contra a diversão!  Pelo contrário, tudo isso é importante. O fundamental é colocar, nas programações, em primeiro lugar, o ENSINO DE DEUS.
Onde estão os pastores de crianças que vão ajudar e incentivar as crianças a memorizarem versículos bíblicos? A cantarem músicas com conteúdo cristão? A conhecerem o evangelho e a doutrina através de lições bíblicas bem preparadas? A direcionar toda e qualquer atividade para o ensino, fixação e prática da Palavra de Deus, a Bíblia?
Continuaremos esse tema falando do pastor que protege o seus cordeirinhos. Aguarde!
Gilberto Celeti
Superintendente nacional da APEC/Brasil

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS? 1ª parte


ONDE ESTÃO OS PASTORES DE CRIANÇAS? Primeira parte

"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste. O Filho do homem veio para salvar o que se havia perdido. O que acham vocês? Se alguém possui cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixará as noventa e nove nos montes, indo procurar a que se perdeu? E se conseguir encontrá-la, garanto-lhes que ele ficará mais contente com aquela ovelha do que com as noventa e nove que não se perderam. Da mesma forma, o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca.” (Mateus 18:10-14)
Na história contada por Jesus a respeito do pastor que sai pelos montes procurando a ovelha perdida, encontramos algumas ações significativas:
• Deixar – Ele suspende algo que vinha fazendo e se lança numa empreitada que vai exigir certa renúncia.
• Ir – Ele se desloca movido por um impulso muito forte e totalmente focado no seu objetivo: encontrar o cordeiro que está perdido. Ele avança nessa direção.
• Procurar – Ele se esforça por alcançar ou conseguir o seu objetivo.
• Encontrar – Ele finalmente descobre, acha, dá de cara com a ovelha perdida.
• Recolher – Ele dá o devido acolhimento.
• Trazer – Ele conduz o cordeiro para o lugar seguro.
2) Buscar crianças perdidas exige:
• Diligência – Cuidado ativo, presteza em fazer alguma coisa. Zelo. Esforço. Empenho. Empregar todos os meios para fazer algo.
• Disposição – Desígnio, intenção, vontade, inclinação, prontidão.
• Dedicação – Afeto extremo, devoção. Consagração. Sacrificar-se em favor de algo. Entrega.
Quantas crianças estão perdidas? Só no Brasil são cerca de 60 milhões abaixo dos 15 anos de idade. Onde estão as crianças perdidas?
A saída para procurar crianças perdidas se reveste de um significado muito mais profundo quando ouvimos o Senhor Jesus dizer que “o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca” (Mateus 18:14). Trata-se de um trabalho de acordo com a vontade de Deus! Que maravilha!
São tantas as oportunidades para buscar as crianças: aulas em creches e nas escolas, escolas bíblicas de férias, ministério nos hospitais, clubes bíblicos em lares cristãos, etc. Que bênção extraordinária seria se, em cada igreja, pelo menos 5 a 10 lares abrissem suas portas para realizarem Clubes Bíblicos para Crianças, com programação de uma vez por semana para os pequenos! Seria uma verdadeira revolução!
3) A falta de visão e de ação para buscar as ovelhinhas perdidas
Jesus Cristo, certa ocasião, ficou indignado com os seus discípulos, porque queriam impedir que as crianças se aproximassem dele. O Senhor dirigiu-lhes a seguinte palavra: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele.” (Marcos 10:14-15).
Embora seja possível provar, sem sombra de dúvidas, que 85% dos atuais cristãos receberam a Cristo quando ainda eram crianças, antes dos 15 anos de idade (10% o fizeram entre 15 e 30 anos, 5% após os 30 anos), ainda existem muitas pessoas colocando tropeços e impedindo as crianças de virem a Cristo.
O problema, na verdade, é teológico. Há uma teologia deficiente quando se trata das crianças. Não existem duas teologias, uma para adultos e outra para crianças. Há, isto sim, uma linguagem mais apropriada para o adulto e outra mais apropriada para a criança, mas não se pode esconder da criança a verdade do Evangelho.
Lamentavelmente, não há visão e nem interesse em compartilhar o Evangelho com as crianças. A maioria dos trabalhos com as crianças resume-se a contar “historinhas”, cantar “musiquinhas”, fazer “oraçõezinhas”, preparar “programinhas”, sem nenhuma preocupação em mostrar a realidade do pecado e como uma criança pode receber a Cristo como seu Salvador Pessoal. Esse quadro precisa mudar urgentemente!
4) O problema todo se resume numa só palavra: p e c a d o!
Pecado é uma palavra derivada de uma raiz que significa “errar o alvo”, “fracassar”. Trata-se, na verdade, do fracasso em não atingir um padrão conhecido, vindo a desviar-se do mesmo. Pecado é afastamento daquilo que Deus considera e estabelece como a conduta ideal. O pecado acaba se tornando uma oposição a Deus, uma verdadeira rebelião. O pecado é a transgressão da lei e do padrão de Deus.
O trabalho com crianças que não reconhecer esta problemática do pecado, mesmo no coração de um pequenino, terá pouca chance de ser frutífero. Se desejarmos pastorear e preparar uma nova geração, temos que enfrentar o problema principal, sem rodeios, sem sentimentalismo, sem fugir do diagnóstico, ainda que seja duro: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.” (Gênesis 6:5)
O Senhor Jesus foi também categórico ao afirmar: “Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem impuro.” (Marcos 7:21-23)
Há milhões de crianças perdidas no pecado, caídas, e que correm o risco de se perderem eternamente. Uma das principais doutrinas na Bíblia, que precisa ser bem compreendida, refere-se à queda do homem. Ao pecar, o homem rebelou-se contra Deus. Tornou-se inimigo de Deus.
No final de Gênesis 3, no último versículo, vemos o homem expulso do jardim do Éden e sem possibilidade de retorno, levando consigo e para todos os seus descendentes as consequências de sua queda: dores, sofrimentos, trabalho duro para obter o sustento, doenças e a morte.
Os filhos de Adão e Eva nasceram após a queda e receberam essa herança pecaminosa. “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12) “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.” (Salmo 51:5) Estes textos tão claros mostram que cada criança já nasce num estado de pecado que a coloca em inimizade com o Deus Eterno, que é Santo e não tolera o pecado.
Só há uma maneira de apagar o pecado: através do sangue do Cordeiro Justo e Imaculado, do Filho de Deus, sem pecado, perfeito, o Senhor Jesus Cristo! “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:18-21)
5) A mensagem que a criança precisa ouvir!
Pastorear e preparar crianças para o futuro é conduzi-las ao novo nascimento, contando-lhes a preciosa mensagem do Evangelho.
Toda criança precisa conhecer:
• Que Deus a ama com imenso amor –  João 3:16.
• Que ela tem um problema (doença, necessidade) – Romanos  3:23; 6:23.
• Que só há uma solução (remédio, provisão) para o seu problema – Atos 4:12; 1 Coríntios 15:3,4;  1 Timóteo 2:5.
• Que ela precisa apropriar-se de Cristo (recebê-lo) – João 1:12,13.
• Que a salvação é eterna (segurança) – João 10:28-29; 1 João 5:11-12.
É preciso levar a criança a reconciliar-se com Deus, reconhecendo que é pecadora, buscando o perdão e confiando no sacrifício de Cristo realizado na cruz do Calvário, pois “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7).
Sim, o pecado foi eliminado completamente na cruz. “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1). A criança que estava perdida foi achada.
COntinuaremos esta palavra falando que o pastor não somente busca a ovelha perdida mas também apascenta o cordeirinho de Cristo.
Gilberto Celeti
Este artigo saiu na Revista "O Evangelista de Crianças" ano 58, nº 227, abril/maio/junho/20
A figura que melhor representa aquele que trabalha com crianças é a figura de um pastor.
Tios, tias, professores, professoras, palhaços, palhaças, monitores, voluntários e tantos outros  precisam sair de cena.
Chega de pajear, de entreter ou de meramente “ensinar” crianças.
Vamos pastoreá-las.
O momento atual exige isso.
Podemos olhar o pastor de crianças em três posições bem distintas:
• Aquele que procura a ovelha perdida;
• Aquele que apascenta os cordeirinhos de Cristo;
• Aquele que livra e protege dos inimigos.
Vamos considerar agora a ação de buscar a ovelha perdida.
1) O Pastor que procura a ovelha perdida
"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste. O Filho do homem veio para salvar o que se havia perdido. O que acham vocês? Se alguém possui cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixará as noventa e nove nos montes, indo procurar a que se perdeu? E se conseguir encontrá-la, garanto-lhes que ele ficará mais contente com aquela ovelha do que com as noventa e nove que não se perderam. Da mesma forma, o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca.” (Mateus 18:10-14)
Na história contada por Jesus a respeito do pastor que sai pelos montes procurando a ovelha perdida, encontramos algumas ações significativas:
• Deixar – Ele suspende algo que vinha fazendo e se lança numa empreitada que vai exigir certa renúncia.
• Ir – Ele se desloca movido por um impulso muito forte e totalmente focado no seu objetivo: encontrar o cordeiro que está perdido. Ele avança nessa direção.
• Procurar – Ele se esforça por alcançar ou conseguir o seu objetivo.
• Encontrar – Ele finalmente descobre, acha, dá de cara com a ovelha perdida.
• Recolher – Ele dá o devido acolhimento.
• Trazer – Ele conduz o cordeiro para o lugar seguro.
2) Buscar crianças perdidas exige:
• Diligência – Cuidado ativo, presteza em fazer alguma coisa. Zelo. Esforço. Empenho. Empregar todos os meios para fazer algo.
• Disposição – Desígnio, intenção, vontade, inclinação, prontidão.
• Dedicação – Afeto extremo, devoção. Consagração. Sacrificar-se em favor de algo. Entrega.
Quantas crianças estão perdidas?
Só no Brasil são cerca de 60 milhões abaixo dos 15 anos de idade.
Onde estão as crianças perdidas?
São tantas as oportunidades para buscar as crianças: aulas em creches e nas escolas, escolas bíblicas de férias, ministério nos hospitais, clubes bíblicos em lares cristãos, etc.
Que bênção extraordinária seria se, em cada igreja, pelo menos 5 a 10 lares abrissem suas portas para realizarem Clubes Bíblicos para Crianças, com programação de uma vez por semana para os pequenos! Seria uma verdadeira revolução!
A saída para procurar crianças perdidas se reveste de um significado muito mais profundo quando ouvimos o Senhor Jesus dizer que “o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca” (Mateus 18:14). Trata-se de um trabalho de acordo com a vontade de Deus! Que maravilha!
3) A falta de visão e de ação para buscar as ovelhinhas perdidas
Jesus Cristo, certa ocasião, ficou indignado com os seus discípulos, porque queriam impedir que as crianças se aproximassem dele. O Senhor dirigiu-lhes a seguinte palavra: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele.” (Marcos 10:14-15).
Embora seja possível provar, sem sombra de dúvidas, que 85% dos atuais cristãos receberam a Cristo quando ainda eram crianças, antes dos 15 anos de idade (10% o fizeram entre 15 e 30 anos, 5% após os 30 anos), ainda existem muitas pessoas colocando tropeços e impedindo as crianças de virem a Cristo.
O problema, na verdade, é teológico. Há uma teologia deficiente quando se trata das crianças. Não existem duas teologias, uma para adultos e outra para crianças. Há, isto sim, uma linguagem mais apropriada para o adulto e outra mais apropriada para a criança, mas não se pode esconder da criança a verdade do Evangelho.
Lamentavelmente, não há visão e nem interesse em compartilhar o Evangelho com as crianças. A maioria dos trabalhos com as crianças resume-se a contar “historinhas”, cantar “musiquinhas”, fazer “oraçõezinhas”, preparar “programinhas”, sem nenhuma preocupação em mostrar a realidade do pecado e como uma criança pode receber a Cristo como seu Salvador Pessoal. Esse quadro precisa mudar urgentemente!
4) O problema todo se resume numa só palavra: p e c a d o!Pecado é uma palavra derivada de uma raiz que significa “errar o alvo”, “fracassar”. Trata-se, na verdade, do fracasso em não atingir um padrão conhecido, vindo a desviar-se do mesmo. Pecado é afastamento daquilo que Deus considera e estabelece como a conduta ideal. O pecado acaba se tornando uma oposição a Deus, uma verdadeira rebelião. O pecado é a transgressão da lei e do padrão de Deus.
O trabalho com crianças que não reconhecer esta problemática do pecado, mesmo no coração de um pequenino, terá pouca chance de ser frutífero. Se desejarmos pastorear e preparar uma nova geração, temos que enfrentar o problema principal, sem rodeios, sem sentimentalismo, sem fugir do diagnóstico, ainda que seja duro: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.” (Gênesis 6:5)
O Senhor Jesus foi também categórico ao afirmar: “Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem impuro.” (Marcos 7:21-23)
Há milhões de crianças perdidas no pecado, caídas, e que correm o risco de se perderem eternamente. Uma das principais doutrinas na Bíblia, que precisa ser bem compreendida, refere-se à queda do homem. Ao pecar, o homem rebelou-se contra Deus. Tornou-se inimigo de Deus.
No final de Gênesis 3, no último versículo, vemos o homem expulso do jardim do Éden e sem possibilidade de retorno, levando consigo e para todos os seus descendentes as consequências de sua queda: dores, sofrimentos, trabalho duro para obter o sustento, doenças e a morte.
Os filhos de Adão e Eva nasceram após a queda e receberam essa herança pecaminosa. “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12) “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.” (Salmo 51:5) Estes textos tão claros mostram que cada criança já nasce num estado de pecado que a coloca em inimizade com o Deus Eterno, que é Santo e não tolera o pecado.
Só há uma maneira de apagar o pecado: através do sangue do Cordeiro Justo e Imaculado, do Filho de Deus, sem pecado, perfeito, o Senhor Jesus Cristo! “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:18-21)
5) A mensagem que a criança precisa ouvir!
Pastorear e preparar crianças para o futuro é conduzi-las ao novo nascimento, contando-lhes a preciosa mensagem do Evangelho.
Toda criança precisa conhecer:
• Que Deus a ama com imenso amor –  João 3:16.
• Que ela tem um problema (doença, necessidade) – Romanos  3:23; 6:23.
• Que só há uma solução (remédio, provisão) para o seu problema – Atos 4:12; 1 Coríntios 15:3,4;  1 Timóteo 2:5.
• Que ela precisa apropriar-se de Cristo (recebê-lo) – João 1:12,13.
• Que a salvação é unicamente pela graça imerecida de Deus - Efésios 2:8,9.
• Que a salvação é eterna (segurança) – João 10:28-29; 1 João 5:11-12.
É preciso levar a criança a reconciliar-se com Deus, reconhecendo que é pecadora, buscando o perdão e confiando no sacrifício de Cristo realizado na cruz do Calvário, pois “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7).
Sim, o pecado foi eliminado completamente na cruz. “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1). A criança que estava perdida foi achada.
Gilberto Celeti
Continuaremos falando que o pastor não somente busca a ovelha perdida mas também apascenta o cordeirinho de Cristo.
Este artigo saiu na Revista "O Evangelista de Crianças" ano 58, nº 227, abril/maio/junho/2012
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terça-feira, 20 de novembro de 2012

SEMENTES PARA REFLEXÃO



"As crianças não parecem pecadoras perdidas, mas Deus olha para o coração. Ela ainda não praticou muitos atos pecaminosos na vida, mas, têm muitos desejos maus no coração (Marcos 7:21), esperando somente a oportunidade de pô-los em prática.
 Se o coração humano é o que o Senhor diz em Marcos 7:21 e se Romanos 3:23 está certo, então nunca é cedo demais para começar a pregar o evangelho. Para tal, o Senhor não tem limite de idade: o Evangelho é a boa nova para todas as pessoas, boas ou más" (Hudson Pope)

domingo, 18 de novembro de 2012


CRIANÇAS ÍNDIGO
por Gilberto Celeti



“Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada,
elas acreditam em qualquer coisa.”
G. K. Chesterton



            No final do século XX o tema “crianças índigo” veio à tona. Um livro publicado nos Estados Unidos em maio de 1999, com o título The Indigo Children, escrito por Lee Carroll e Jan Tober, fez com que este assunto se tornasse bem mais conhecido. As doutrinas do Espiritismo é que dão sustentação a todo o argumento desses autores. Segundo eles, crianças índigo são crianças consideradas especiais, reencarnações de espíritos iluminados que chegam ao mundo com dons extraordinários; são super-sensíveis, intuitivas e visionárias, as quais resolveram encarnar agora, com uma missão ou um objetivo específico: mudar completamente o atual sistema de coisas. Há, na opinião dos autores e de outros esotéricos, uma grande quantidade de crianças índigo, que estão nascendo em toda parte desde o final do século passado, chamadas também de crianças fantásticas, crianças das estrelas, mestres, ou a esperança para o futuro da humanidade.
            Índigo é o nome de uma cor, entre azul e violeta. É também o nome da substância corante que serve para tingir de azul, ou anil. E ainda o nome da planta que fornece índigo, ou anileira. O nome índigo foi adotado para designar essas crianças especiais, tomando como base a doutrina da Aura, presente em várias religiões e tradições esotéricas. Índigo seria a cor da aura de tais crianças. A aura seria um elemento etéreo, imaterial, que emana e envolve seres ou objetos. Segundo o espiritismo, ela é uma radiografia de todas as vidas do homem desde o momento de sua formação espiritual, e vai evoluindo ao longo das sucessivas reencarnações. A aura conteria dados sobre o passado, sobre a vida presente e até mesmo tendências futuras.
            Vemos então que, além da doutrina da Aura, a doutrina da Reencarnação está presente na sustentação da ideia de serem essas crianças seres que estão numa esfera de evolução mais alta, e que podem, assim, fazer mudanças para a melhoria da vida aqui na terra. Seriam crianças superiores, fascinantes, fantásticas, fabulosas e que teriam percepções de realidades tais como: ver anjos, prever acontecimentos e viver num mundo imaginário em contato com fadas e bruxas.
            Os pensamentos a respeito das crianças índigo envolvem também a aceitação de que essas crianças promoverão transformações como, por exemplo, em relação à família — uma instituição considerada cheia de regras, que precisam ser ignoradas, abrindo espaço para outras opções de convívio, não mais na estrutura “arcaica” da família. Não só em relação à família, mas em diversas esferas da sociedade, essas crianças estariam aqui para nos ajudar na transformação do mundo. O que teríamos que fazer? Precisaríamos aprender com elas, escutando-as e observando-as.
            Segundo, também, o espiritismo, a tarefa das crianças índigo vai ser complementada pelas crianças cristal, uma outra categoria de crianças especiais e fantásticas.  
            Alguns pais, ao aceitarem essa teoria da existência de crianças índigo e cristal, acabam contemplando os próprios filhos como uma espécie de “deuses”, a quem precisam considerar como seus instrutores. Os filhos ensinando os pais; os filhos abençoando os pais. Os filhos sendo os portadores de uma sabedoria superior à qual os pais devem se submeter. Jan Tober e Lee Carroll chegam a afirmar, entre outras coisas, que “as crianças são tudo que elas precisam ser; elas são elas mesmas. Vamos deixá-las sozinhas para que elas possam ser exatamente o que são.”
            Tais ideias deveriam, no mínimo, causar estranheza a pessoas de bom senso. Para quem conhece e crê na Palavra de Deus, são um louco delírio. Porém, é espantoso observar como é grande o número de adeptos, defensores e divulgadores dessas ideias.
            Muitas pessoas têm escrito livros sobre o assunto, têm dado palestras, têm criado blogs e têm até escrito novelas sobre o tema. Uma destas é Elizabeth Jhin, que afirmou estar encantada pela questão das crianças índigo e cristal, o que a teria motivado a escrever a novela “Amor Eterno Amor”, veiculada pela Rede Globo de Televisão neste ano de 2012. A trama teceu em seu enredo, sem qualquer comprovação científica mas totalmente ancorada na parapsicologia e no espiritismo, a ideia das crianças índigo, por meio da personagem Clara. Elizabeth Jhin já havia escrito outras duas novelas para a TV Globo: “Eterna Magia” (2007), falando sobre bruxas, e “Escrito nas Estrelas” (2010), falando de um rapaz que era um “espírito desencarnado”. Estas duas novelas bateram recordes de audiência.
            Numa entrevista que foi publicada no jornal O Estado de São Paulo, a autora falou de sua paixão por Ivani Ribeiro, que era espírita praticante e escreveu novelas de sucesso com o alvo de divulgar o espiritismo, como foi o caso da novela “A Viagem”. Em outra entrevista, publicada no Blog TVG.GLOBO, uma das perguntas feitas a Elizabeth Jhin foi:
            O que a motivou a abordar a questão das crianças índigo e cristal? Acredita que o tema vai causar um impacto nos telespectadores?
            A resposta de Elizabeth Jhin foi: A questão das crianças índigo e cristal é bastante controversa e acredito que as pessoas vão se interessar muito pelo tema e tirar suas próprias conclusões. É surpreendente a quantidade de sites do mundo todo, não só de leigos e educadores, mas também de cientistas de grandes universidades, que se dedicam a falar e estudar o assunto; tanto do ponto de vista sociológico, antropológico e social, como do ponto de vista espiritual. Nesse aspecto, as crianças que nasceram a partir dos anos 80, e mais ainda a partir do ano 2000, estão vindo para ajudar a transformar a vida no nosso planeta, em seus aspectos espirituais, sociais, educacionais e familiares. Quem tem criança do terceiro milênio em casa, percebe e se espanta com sua precocidade e maturidade. A criança sempre foi e será “uma ideia de Deus”, que deve ser muito cuidada e amada. Mais do que nunca, as crianças “são verdadeiros presentes para os pais, para o planeta e para o Universo”.
            Outra novela a abordar o tema foi “Mulheres Apaixonadas”, de Manoel Carlos, que a mesma Rede Globo apresentou em 2003 e reprisou em 2008, na qual havia a personagem Salete, uma criança índigo, que tinha percepção da Luz, premonições, paranormalidade avançada e também via anjos.

LIÇÕES QUE PODEMOS TIRAR

            Aquele que crê que a Palavra de Deus é “lâmpada para os pés” e “luz para os caminhos” busca pautar sua vida pelo que Deus diz, e não pela sabedoria humana. Vamos comparar com a Palavra de Deus algumas das ideias, acima expostas, a respeito de crianças índigo.
            Em relação à aura humana, apesar da disponibilidade de detectores de alta sensibilidade para campos eletromagnéticos e radiação eletromagnética, propriedades comumente atribuídas a aura, não existe nenhum estudo que demonstre empiricamente a sua existência. Ninguém, até o momento, conseguiu demonstrar essa habilidade de detectar auras, apesar do enorme número de pessoas que dizem ser capazes de tal feito. Uma das características da aura, de acordo com os seguidores dessa ideia, seria sua luminosidade. Mas a Bíblia diz que o homem ímpio, sem Deus, está no escuro. Em Colossenses 1.13, 14 lemos sobre Deus Pai: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.” E em 1 João 1.5-7 está escrito: “... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
            Em relação à reencarnação, que talvez seja uma das mais antigas ilusões religiosas, a verdade sobre tal assunto está claramente estabelecida numa preciosa passagem bíblica que afirma: “... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” (Hebreus 9.27). A reencarnação visa o aperfeiçoamento ou evolução da pessoa. Mas a Bíblia afirma, em Efésios 2.8 e 9, que o homem será salvo somente pela graça e não por obras. “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”  
            Se quisermos encontrar um ponto positivo em tudo que foi exposto, este poderia ser a ênfase em colocar a criança no centro das atenções. Vários conselhos são dados aos pais quanto à postura que devem adotar de compreensão e de amor para com os seus filhos, a fim de viverem na expectativa de que seus filhos têm uma missão superior a cumprir. Sim, este seria um ponto positivo, afinal os filhos são “herança do Senhor”. Este foco no valor das crianças é importante, especialmente numa época em que pais, em alguns contextos, estão “terceirizando” a educação de seus filhos; e em outros contextos, estão literalmente “abusando” de seus filhos, que são vítimas de maus tratos, de espancamentos, de toques com as mãos sujas da pedofilia.
            Jesus, em certa ocasião, colocou uma criança no centro das atenções dos seus discípulos, mostrando-lhes a necessidade de aprenderem a lição da humildade. Mostrou também a importância da criança, que deve ser bem recebida, como se recebêssemos o próprio Jesus; que deve ser tratada com respeito e dignidade, sem colocarmos tropeços na sua caminhada; que não deve ser desprezada e que deve ser alvo de cuidados especiais, assim como um cordeiro é alvo do cuidado de um pastor, porque não é da vontade de Deus que nenhum pequenino se perca.
            O que deve ser buscado, portanto, é um equilíbrio entre valorizar a criança, tal como o Senhor a valoriza, ao mesmo tempo em que reconhecemos a imaturidade da criança e a necessidade que ela tem de receber orientação, como lemos em Provérbios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” 
            Além de orientação, a criança necessita de disciplina, porque “a estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22.15), e a negligência na correção demonstra exatamente falta de amor à criança, pois “o que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.” (Provérbios 13:24).
            A criança não é reencarnação de alguém que já tenha vivido no passado. Cada criança é formada e tecida no útero de sua mãe, tendo seu corpo e alma formados, de modo assombrosamente maravilhoso, por Deus. Nenhuma criança vem de alguma estrela distante ou de uma suposta vida passada. Elas vêm diretamente do poder criador de Deus, que as conhece plenamente desde quando eram ainda uma substância informe, enquanto seus membros, veias e ossos iam sendo formados. Leia o Salmo 139, versos 13 a 17.
            Olhar para a criança através da Palavra de Deus nos ajuda a ter os pensamentos corretos a fim de criar, ensinar, disciplinar e guiar as nossas crianças. É especialmente importante reconhecer que cada uma delas nasce com uma natureza pecaminosa, herança que trazem de seus pais (Salmo 51.5). Só uma criança nasceu neste mundo sem natureza pecaminosa – Jesus –, porque ele não foi gerado no ventre de Maria por um homem, mas pelo Espírito Santo de Deus.
            E porque a criança é pecadora, ela necessita ser evangelizada, isso é, ela precisa saber que Jesus é o Filho de Deus que veio a este mundo para nos libertar do pecado, o que de fato ele fez ao morrer na cruz como substituto do pecador que nEle confia. Esta mensagem “é fácil de entender, tão clara como a luz: em meu lugar pra me salvar Jesus morreu na cruz”. É tão singela que “mesmo um menino pode crer”. Jesus disse: “Quem crê tem a vida eterna” (João 6.47). Leve suas crianças o mais cedo possível a crer em Deus, colocando sua fé no Salvador Jesus, para que não sejam, como disse Chesterton, pessoas que venham no futuro a crer em “qualquer coisa”. Levar crianças à salvação em Cristo é que garante que haverá um bom futuro.
            Crianças índigo... um conceito que deveria encher-nos de indignação, como disse o salmista: “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei.” (Salmo 119.53).
            Nunca é demais repetir que é necessário, com urgência, ganhar para Jesus a geração que vem chegando. Lembremo-nos de que Deus mesmo foi quem ordenou aos pais que ensinassem aos seus filhos sobre o Seu poder e as Suas maravilhas, a fim de que a nova geração pudesse confiar no Senhor sem jamais se esquecer de suas obras e ser obediente à Sua Palavra. Pois, se não fosse assim, corria o risco de vir a se tornar uma geração rebelde e andar de maneira contrária à orientação do Senhor (Salmo 78.4 a 8).

Esse artigo foi publicado na Revista "O Evangelista de Crianças" ano 58 - nº 229 - out-nov-dez-2012