Compreendendo a palavra “geração”
A palavra “geração” vem do latim “generatio” e se refere ao ato de procriar, ou de produzir alguma coisa. É uma palavra também utilizada para identificar um conjunto de pessoas que têm a mesma idade. Nestas três últimas décadas, fala-se da Geração X, Y, Z e Alfa, identificando traços comuns nos indivíduos de cada uma delas, por haverem nascido em um determinado período do tempo.
A Geração X abrange as pessoas que têm hoje entre 41 e 56 anos, e formaram-se no período do governo militar, quando ocorreu um desenvolvimento industrial e crescimento econômico. Elas valorizam o estudo, um bom diploma, a capacitação e estabilidade profissional.
A Geração Y ou Millennial compreende a faixa etária entre 25 e 40 anos. Estes indivíduos presenciaram a chegada do novo milênio ainda crianças ou bem jovens. São acostumados com a tecnologia, são impulsivos, competitivos, questionadores e desejam rápido crescimento profissional e financeiro.
Da Geração Z fazem parte os nascidos a partir de 1997, que estão entrando agora no mercado de trabalho. Tais indivíduos são nativos digitais, ou seja, convivem com o universo da internet, mídias sociais e recursos tecnológicos. Comunicam-se intensamente por meios digitais e estão sempre online.
A Geração Alfa experimenta uma exposição ainda mais forte à tecnologia e às telas. Compreende os indivíduos nascidos a partir de 2010, que vivem com muitos estímulos, acostumados a usar meios digitais para se entreter e buscar informações. Na escola, requerem uma educação mais dinâmica, ativa, multiplataforma e personalizada.
As gerações Y, Z e Alfa não escrevem mais cartas nem e-mails, somente mandam mensagens pelo WhatsApp ou pelas redes sociais. Não sabem fazer pesquisas em enciclopédias, só no “Google”.
Observação: Os que hoje têm entre 57 e 75 anos são pessoas que viveram as grandes transformações do pós-guerra. Foram criados com mais rigidez e disciplina, valorizam muito o trabalho, a família, a realização pessoal, a estabilidade financeira e a busca por melhores condições de vida.
Sempre houve o chamado conflito de gerações devido às diferenças entre a geração mais idosa, a geração adulta e a geração infantil, isto é, os bebês que vão chegando; no entanto, esta era tecnológica vem acentuando muito mais as diferenças e os conflitos
A palavra “geração” na Bíblia
Na Escritura Sagrada, diversas palavras, tanto no hebraico, como no grego, foram traduzidas por geração. Uma delas, “genea”, ocorre dezenas de vezes no Novo Testamento, indicando, por exemplo, as várias gerações que se sucederam desde Abraão até Jesus Cristo. Refere-se ao povo que viveu em uma determinada época. Outras vezes os vocábulos traduzidos também como “geração” referem-se ao tipo de pessoas, como em Deuteronômio 32.5: “Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada.”
Outros exemplos do emprego da palavra em referência ao tipo de pessoas são: “Salvai-vos desta geração perversa” (Atos 2.40) ou “Tal é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó” (Salmo 24.6). Nestes exemplos, não se leva em conta a idade das pessoas e, sim, o seu caráter, ou a sua posição diante de Deus.
Esta nítida separação entre dois tipos de pessoas, que embora vivendo numa mesma época são claramente distintos, fica bem evidente neste texto: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Filipenses 2.15).
O termo “geração”, na Bíblia, também revela a “transitoriedade do homem”, em contraste com a “eternidade de Deus”. O Salmo 90 expõe esta verdade de maneira maravilhosa: “Antes que os montes nascessem e tu formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o ser humano ao pó e dizes: Voltem ao pó, filhos dos homens” (vs. 2 e 3). E sobre nós, seres humanos, está registrado: “Os dias de nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigo, a oitenta, neste caso, o melhor deles é canseira e enfado porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (vs. 10).
Alguns estudiosos, baseados especialmente neste texto, concluem que setenta anos seria o número de anos que definiria a duração uma geração. Outros afirmam que o número exato de anos de uma geração seria de quarenta anos, tomando como referência o tempo que Israel peregrinou pelo deserto, visto que as pessoas daquele período foram conhecidas como a “geração do deserto”.
Quer sejam quarenta, quer sejam setenta anos, como comparar um período tão curto com a eternidade de Deus? O salmista assim se expressa: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração” (Salmo 90.1).
Seria o Eterno Deus o refúgio da Geração X, Y, Z, Alfa e dos mais idosos também? Que o Senhor nos capacite para que, independentemente da idade, possamos ser instrumentos do Senhor para que muitos abandonem os seus maus caminhos, deixando de ser uma geração obstinada e rebelde, e se tornem parte da geração que busca o Senhor.
Ser instrumento de Deus para benefício das gerações
No livro de Atos, capítulo 13, há um interessante relato de Paulo descrevendo a vida de Davi, o qual foi chamado de um homem segundo o coração de Deus (vs. 22). O apóstolo conclui de maneira maravilhosa: “tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais …” (Atos 13.36).
Como seria bom se fossemos lembrados como aqueles que serviram à sua própria geração, sendo contados entre os que assim oram ao Senhor: “Tu me tens ensinado, ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho anunciado as tuas maravilhas. Não me desampares, ó Deus, agora que estou velho e de cabelos brancos, até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às gerações vindouras o teu poder” (Salmo 71.17, 18).
O livro de Eclesiastes também enfatiza a transitoriedade da vida do homem sobre a face da terra, afirmando que “tudo tem o seu tempo determinado” (Eclesiastes 3.1). Durante o breve período de sua existência, o homem se lança completamente às inúmeras realizações que envolvem cada um dos aspectos de sua passagem pela vida. O homem busca “ser” alguém por meio do que faz, assim como por meio de seus relacionamentos.
O tempo vai passar e chega o momento em que “o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12.7). Por isso, o mais importante é atender ao conselho final do pregador, o autor do livro: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12.13, 14).
Dentre as atividades do homem, cuja vida é tão curta, há uma que sempre é muito negligenciada: a de transmitir os mandamentos do Senhor, seja para os seus contemporâneos, seja especificamente para a próxima geração.
Um pouco antes do juízo de Deus ser derramado sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, há uma afirmação que Deus faz a respeito de Abraão – aquele por meio do qual seriam benditas todas as nações da terra –, que precisa ser criteriosamente considerada: “Porque eu o escolhi (Abraão) para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo” (Gênesis 18.19).
Quando uma nova geração de israelitas, nascida durante os 40 anos de peregrinação no deserto, finalmente vai entrar na Terra Prometida, recebe a ordem do Senhor para obedecer aos Seus mandamentos, estatutos e juízos pois somente assim seriam grandemente abençoados. Moisés lhes diz que esses mandamentos tinham que ser observados pela geração que ouvia a palavra naquele momento, pela geração dos seus filhos e também pela geração dos filhos de seus filhos. O texto sagrado diz: “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se” (Deuteronômio 6.4-7).
Moisés enfatiza a responsabilidade daquela geração em três aspectos:
- Deviam amar a Deus de todo o coração, com tudo o que havia neles e com tudo que eles eram.
- Deviam guardar no coração toda a Palavra do Senhor.
- Deviam conduzir os seus filhos a se apropriarem completamente de toda a Palavra do Senhor.
Será que Israel foi obediente aos mandamentos do Senhor?
Não deixe de ler a continuação no texto da próxima semana.
Pr. Gilberto Celeti
Missionário da APEC, professor, palestrante e escritor
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