Há muitas pedras importantes a utilizar quando desejamos erguer muros seguros para a proteção da nova geração. Sejamos pais e educadores construtores de muros.
Vivemos em uma época nitidamente marcada pelo hedonismo. O hedonismo é a busca do máximo de prazer e deleite; o desejo de alcançar a felicidade, custe o que custar; a luta para evitar a dor e o sofrimento; a busca de entretenimento, acima de qualquer outra coisa. O lema desta época é: “Aproveite a vida!”; “Relaxe!”; “Pare de sofrer!”.
São inumeráveis as possibilidades e os convites para as mais variadas experiências: academias com suas ginásticas e artes marciais; áreas de lazer para esportes, caminhadas e exercícios; clubes, teatros, shows, música, dança, cinema, compras, restaurantes, lanchonetes, passeios, viagens, e até religiões.
Nesta era da informação, a tecnologia tem ampliado os recursos para as mais diversas atividades de entretenimento, como nunca se viu outrora: televisão, vídeos, canais a cabo, computadores, telecomunicações etc. Investe-se, pesadamente, em marketing, para que os produtos e serviços cheguem aos ávidos consumidores e ganhem a sua preferência. É uma verdadeira guerra, na qual o que vale é tentar fazer cada um pensar que pode se sentir bem, “legal” e feliz com aquela joia belíssima, com aquele perfume irresistível, com aquele refrigerante descolado, com aquela roupa de grife, com aquele carro importado, com aquele cartão especial. Os shopping centers (os templos da nossa época), as lanchonetes e os restaurantes estão cheios. As rodoviárias e aeroportos também estão lotados.
Parece que o que as pessoas querem não é nada mais nada menos do que “pão e circo” – aquela antiga fórmula adotada na época da decadência do império romano, quando ser cristão envolvia ser mártir (verdadeira testemunha de Cristo).
O povo de Israel, ao sair do Egito, caminhava pelo deserto em direção à terra prometida. No exato momento em que Moisés, no alto do monte, recebia as tábuas da lei das mãos do Senhor, o povo lá embaixo caiu na prática da idolatria, entregando-se a festividades onde a bebida, a sensualidade e a música despertavam as paixões mais vis. Naquela ocasião, a diversão acabou descambando para a imoralidade. Lemos em Êxodo 32:6b que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Já valia a velha regra do “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.
Este hedonismo (palavra que tem raiz na língua grega, significando prazer e deleite) invadiu também o meio evangélico. Em muitos lugares, o nome de Jesus tem sido apresentado como um talismã para que as pessoas evitem o sofrimento e “curtam” o máximo que puderem dos deleites desta vida. O evangelho está adulterado. A “nova” mensagem afirma que o que importa é ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, melhorar sua autoestima, lidar com seus traumas, escapar de suas maldições, suprir suas necessidades materiais, alcançar sua prosperidade, obter sua saúde, conseguir ser influente e poderoso, melhorar sua aparência, eliminar suas mágoas; enfim, se sentir bem e realizada e parar de sofrer.
Agradar e atrair as pessoas é o lema deste evangelho de entretenimento, que se esmera em fazer o espectador desfrutar de uma experiência agradável com a música, a dança, o show de luzes, a curta e breve mensagem, a cor, o perfume, a pompa, o humor e o teatro, como em um programa de auditório.
Pais e cristãos construtores de muros precisam aprender a “remar contra a maré” e ensinar a suas crianças pelo menos três princípios que, sendo praticados e vividos, tornam-se uma muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo. Recordemos o primeiro deles, uma pedra maravilhosa neste muro de proteção, que já estabelecemos no início desta série de estudos:
1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22.37, 38). A questão primordial não é a felicidade humana pura e simples e, sim, o relacionamento do homem com Deus, o seu Criador Excelso e Soberano! Esse relacionamento traz verdadeira felicidade.
“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37.4). Vale a pena destacar, neste versículo, que aquele que se agrada do Senhor, amando-O de todo coração, alma e entendimento, tem, no próprio Senhor, a fonte completa de satisfação. É Ele que satisfaz todos os desejos do coração e nada mais precisa ser acrescentado.
O homem não foi criado simplesmente para ser feliz, mas para amar e buscar a Deus, para desfrutar de comunhão com Ele para sempre, o que vai produzir a verdadeira felicidade. E é nesta busca, em primeiro lugar, do Seu reino e de Sua justiça, que todas as coisas necessárias à existência humana são acrescentadas, como lemos em Mateus 6.33.
Qualquer pessoa, que procurar a felicidade em coisas independentemente de Deus, viverá uma vida frustrada, mesquinha e infeliz, e jamais encontrará a razão para viver. O sentimento de vazio e de solidão jamais será abafado, por mais que se multipliquem as experiências de lazer e de entretenimento.
No próximo artigo continuaremos reforçando e colocando novas pedras para a construção do muro de proteção para a nova geração. Não perca.
Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor
Livros para pais e professores – Lições para usar com as crianças
Acesse aqui a Loja Virtual da APEC
Poesias – Acesse aqui a Loja Virtual da BUNKER
Nenhum comentário:
Postar um comentário